Micro Cosmo
Volte
02/10/95

< Formatando Discos Rígidos >


Como já vimos, a possibilidade de subdividir um disco rígido em partições foi concebida para que pudéssemos usar sistemas operacionais diferentes na mesma máquina. O curioso é que por muito tempo o particionamento, embora bastante usado, raramente o era para sua finalidade original. Se tomarmos esse vosso criado como exemplo (embora admitindo que nem sempre seja eu um bom exemplo), encontraremos um micreiro que desde seu primeiro HD usa discos com mais de uma partição. Não obstante, somente nos últimos três anos, com o advento do OS/2 2.0, passei a utilizar o particionamento para abrigar diferentes sistemas operacionais.

E antes disso, perguntarão vocês, eu particionava meus discos para que?

Bem, uma das razões era contornar limitações do DOS. Como eu já disse aqui mesmo nesse MicroCosmo, até a versão 3.x o DOS não conseguia “enxergar” discos rígidos maiores que 32Mb (ridiculamente pequenos para os dias de hoje, mas consideravelmente grandes para a época). Mas acontece que uma partição (ou uma unidade lógica criada no interior de uma partição) se comporta rigorosamente como se fosse um disco independente. Na verdade, para o sistema operacional é inteiramente indiferente se seu disco D: é um segundo disco rígido ou uma unidade lógica criada na segunda partição de seu único disco rígido. Quer dizer: se você só tiver um disco rígido e subdividi-lo em uma partição principal e uma estendida com uma unidade lógica, o sistema operacional o encarará como dois discos rígidos C: e D: totalmente independentes. E se você ainda lembra, eu mesmo mencionei que, quando usava o DOS 3.3, comprei um disco rígido de 40Mb e fui obrigado a subdividí-lo em duas partições para que minha versão do sistema operacional pudesse “enxergá-lo”.

Mas há outras razões. Tem gente que gosta de trabalhar com discos rígidos particionados meramente por questões de preferência pessoal. Por exemplo: na primeira partição, a principal, armazenam o sistema operacional e instalam seus programas. Na segunda, gravam apenas os arquivos de dados que vão criando ao longo de meses de trabalho. Vantagem? Bem, quem procede assim diz que o faz por conforto e segurança. Conforto porque sabe com certeza onde encontrar seus arquivos de dados sem precisar procurá-los no meio de centenas de arquivos auxiliares nos diretórios dos programas. E segurança porque, estando na segunda partição apenas os arquivos de dados, fica mais fácil fazer cópias de segurança diariamente, garantindo, em caso de defeito do disco rígido, que seus preciosos dados poderão ser recuperados.

Note que quando eu digo que o sistema operacional trata uma partição ou uma unidade lógica como um disco rígido independente, não estou exagerando. Tanto assim que a primeira coisa que você deve fazer após particionar um disco rígido é, justamente, formatar cada uma das partições ou unidades lógicas que acabou de criar. E formatá-las como se cada uma fosse um disco diferente.

Vejamos um exemplo. Suponhamos que você decidiu particionar seu único disco rígido em duas unidades lógicas. Para isso, como você sabe, terá que subdividi-lo em duas partições, uma primária (que aparecerá como drive C:) e uma estendida, onde criará uma única unidade lógica que aparecerá como drive D:.

Se depois de usar o programa Fdisk para particionar o HD você tentar acessar qualquer um dos drives recém criados, verá exatamente a mesma mensagem de erro que receberia se tentasse acessar um disquete virgem em seu drive de disquetes.Nos dois casos, a razão é a mesma: você tentou acessar um disco que não foi formatado. Para resolver o problema, basta formatar os “discos”. O drive C: com o comando:

FORMAT C: /S

que, devido ao modificador “/S”, além de formatar, transfere para o drive C: os arquivos que contêm o sistema operacional, permitindo que você dê um boot a partir dele. Já para formatar o drive D:, que jamais será um disco de boot, basta o comando:

FORMAT D:

Em ambos os casos, tudo acontece exatamente como se você tivesse formatando um disquete. Há apenas duas diferenças: a primeira é que, tratando-se de um disco rígido, que eventualmente contém arquivos importantes cuja perda pode implicar grave prejuízo, por segurança o sistema operacional emite uma mensagem avisando que todos os dados contidos no disco rígido serão perdidos e solicita confirmação.

A segunda é que dá tempo de tomar um cafezinho enquanto a formatação é feita. Ás vezes, dependendo do tamanho do disco rígido, dá até para fazer um lanche...

B. Piropo