Micro Cosmo
Volte
02/09/96

< Discos Rígidos II: Drives Master e Slave >


Sabemos que, se o boot é dado a partir de disco rígido, os arquivos de sistema serão lidos sempre do drive C. Quando há apenas um disco rígido, o drive C será sua primeira partição. Mas em uma máquina onde existam quatro discos rígidos (dois na controladora primária, dois na secundária, o máximo permitido pela última revisão do padrão IDE), cada um subdividido em duas partições, de qual delas será dado o boot? A resposta é simples: o drive C será sempre a partição primária do primeiro disco rígido ligado à controladora primária. Tudo bem: mas como identificá-la fisicamente?

Ora, as controladoras primária e secundária são claramente identificadas seja através de códigos estampados junto aos conectores na placa de circuito impresso, seja pelas informações contidas no manual. Portanto, aí não há como fazer confusão. E também não há como confundir as partições de um mesmo disco rígido, também identificadas claramente pelo Fdisk, o programa usado para criá-las. Então sobrou apenas um ponto a esclarecer: qual dos drives ligados á controladora primária é o “primeiro”.

Bem, o padrão IDE admite no máximo dois drives ligados a uma única controladora, chamando o primeiro de drive “master” e o segundo de “slave”. E determina que estes drives sejam claramente identificados ao serem instalados no micro. Ou seja: exige que o usuário (quer dizer: você) configure cada drive para se comportar como master ou slave e determina que isto deve ser feito durante o procedimento de instalação. As regras são simples: do ponto de vista da controladora, se há apenas um drive ele é master (é impossível haver um drive slave se não há um master na mesma controladora) e se há dois, o primeiro é master e o segundo é slave. Já do ponto de vista do drive, há três possibilidades: 1) está sozinho na controladora; 2) é master e há um slave na mesma controladora ou; 3) é slave. Portanto, são três os ajustes possíveis: drive único (“single drive”), master com slave presente (“master”) ou slave (“slave”).

Os ajustes são feitos por meio de jumpers, pequenos conectores metálicos revestidos de plástico que se encaixam em pinos metálicos da placa de circuito impresso. Os drives em geral são fornecidos de fábrica ajustados como drive único. Portanto, se você está instalando o único drive de sua máquina ou se o está substituindo por outro, em princípio não precisa se preocupar com este ajuste: basta conectar o drive à controladora e à fonte de alimentação de energia que tudo deverá funcionar nos conformes. Mas se está instalando o segundo drive na mesma controladora, tanto o novo quanto o velho estão ajustados como “single drive” e ambos precisam ser modificados. O que você desejar que contenha o designador C deverá ser ajustado como drive “master” e o outro como “slave”. Se o ajuste não for feito corretamente, ao tentar dar o próximo boot você receberá uma mensagem informando falha no disco rígido ou na controladora (“HDD controller failure”) e será impossível acessar o drive.

Agora vem a pergunta crucial: como ajustar os jumpers para configurar um drive corretamente? Infelizmente eu não tenho a resposta. Mas você tem: procure no manual do drive, em sua etiqueta ou no invólucro, como vimos semana passada. E trate de encontrá-la, pois não há como instalar o drive sem estas informações. Porque os ajustes e a localização dos jumpers variam com o fabricante e o modelo do drive e como a coisa não foi padronizada, não há uma regra universal para resolver a questão.

B. Piropo