Sítio do Piropo

B. Piropo

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02/1993

< Sem Título - Editores de Texto >


Dentre as maravilhas que encantavam os pioneiros da informática pessoal, os editores de texto ocupavam lugar de destaque. Impressionava, sobretudo, a facilidade com que se editava um texto na tela, modificando palavras e frases aqui e ali até chegar a um resultado satisfatório. De fato, comparados com a árdua tarefa de gerar um texto de boa qualidade em uma máquina de escrever, tais programas eram realmente fantásticos. Mas tinham uma grave limitação: não exibiam na tela o texto no formato em que seria impresso. Alguns, é verdade, acabaram por introduzir uma função - em geral denominada "Print preview" - que mostrava um arremedo daquilo que a impressora geraria. Nos vídeos de baixa resolução de antanho, as palavras eram substituídas por traços mais ou menos na posição que ocupariam na página, um retângulo no centro da tela. E, mesmo nos vídeos de alta resolução, podia-se ler o texto formatado, mas não editá-lo. O processo era tedioso: criava-se o texto, acionava-se a função e, se a formatação não era satisfatória, voltava-se ao modo de edição para fazer as modificações necessárias. E repetia-se o processo. Uma chateação.

O advento das interfaces gráficas, como Windows e a Workplace Shell do OS/2, acabou com essa agonia. Todos os editores de texto desenvolvidos para elas são WYSIWYG. Um acrônimo esquisito que os americanos inventaram para "What You See Is What You Get". Que, em uma tradução liberal, significa "Você irá obter o que está vendo". Não parece muito. Mas só quem trabalhou com o velho WordStar em um micro de oito bits pode dar o devido valor a tal maravilha.

Um editor WYSIWYG mostra o texto na tela exatamente como será impresso. Seja negrito, itálico, tachado, sublinhado, sobrescrito ou subscrito. E mais: fontes e corpos (o "desenho" e o tamanho das letras) aparecem exatamente como a impressora os gerará. E tudo isto enquanto o texto está sendo editado. Quer ver se uma citação aparece melhor em itálico? Acione a função que formata em itálico e veja o resultado. Não gostou? Mude para negrito, ou use outra fonte. Sem sair do modo de edição.

Mas não é só isto. Pois sendo a interface gráfica, os editores podem incorporar os mais delirantes recursos gráficos. Incluindo molduras e fios (aqueles traços que aparecem separando colunas ou parágrafos). Para quem trabalha com tabelas, é um doce. E desenhos: você pode ilustrar seu texto e descrever minuciosamente a ilustração, pois ela é exibida na tela enquanto você escreve. Alguns editores chegam ao extremo de incorporar um programa gráfico que permite gerar os desenhos e inseri-los no local da página que se quiser. E alterar seu tamanho à vontade.

Se você já usa uma destas interfaces gráficas, talvez já tenha se acostumado de tal forma a estas facilidades e nem perceba o quanto elas facilitam seu trabalho. Porém, se ainda é um dos renitentes usuários que se apegaram à arcaica linha de comando do velho DOS e usa um editor baseado em telas textos, sugiro que experimente com urgência um editor baseado em Windows ou OS/2. Principalmente se usa seu micro para escrever (e há uma grande probabilidade que sim, já que editores de textos são responsáveis por quase a metade das vendas de programas para micros pessoais). Garanto que o esforço vale a pena. Afinal, as interfaces gráficas foram concebidas exatamente para facilitar o aprendizado dos novos usuários. Para quem já tem alguma prática, o esforço será muito pequeno. E as recompensas, extraordinárias.

Experimente. Afinal, não custa muito. E, mais tarde, quando já estiver usufruindo das delícias dos programas WYSIWYG, comece a tirar vantagem da DDE e do OLE. Mais duas fantásticas facilidades que as interfaces gráficas podem proporcionar. E que, naturalmente, será nosso próximo assunto.

B. Piropo