Sítio do Piropo

B. Piropo

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04/1993

< Escolhendo seu PC >


Há algum tempo, escolher um PC era moleza. Só havia dois tipos: XT e AT. Quando as necessidades (ou as posses) eram modestas, comprava-se um XT. Quando se precisava de um micro mais poderoso - e a grana era suficiente - escolhia-se um AT. E temos conversado. Bons tempos, aqueles.

Depois as coisas se complicaram. Primeiro, apareceu o 386. Logo seguido pelo 486. Agora já se fala no Pentium. Sem contar que há 386 e 486 de diversos sabores: DX, SX, SL, DLC e mais um monte de siglas que a fértil imaginação dos fabricantes não se cansa de inventar. E agora?

Bem, agora é conhecer pelo menos as diferenças básicas para poder escolher. O que não é difícil, já que o que importa mesmo é a CPU. O resto pode ser modificado mais tarde quando tempo e dinheiro permitirem. Mas a CPU não tem jeito: pode ser trocada, mas para o micro isso corresponde a um transplante de coração. Uma operação um bocado radical. Pois a CPU, ou unidade central de processamento, é o coração do micro: um componente cuja função é controlar todo o funcionamento do sistema. Portanto não é de espantar que seja tão crucial para escolha do PC.

Então, para estabelecer um critério básico, basta classificar as diversas CPU disponíveis em grandes grupos de acordo com suas características mais importantes. E examinar as diferenças essenciais.

Nesta ordem de ideias, é possível agrupar os micros da linha PC em quatro grandes classes: os antigos XT, com CPU 8088 ou equivalente, os primeiros AT, com CPU 286, os mais recentes 386 (seja lá qual for a sigla que venha depois), e os 486, também com suas diversas siglas.

A CPU 8088 é bastante limitada para os padrões de hoje. O que não significa que você deve jogar fora seu velho XT por causa disso: afinal, se ele está cumprindo suas funções com galhardia e satisfaz suas necessidades, pode ser útil ainda por muito tempo. Mas comprar um hoje seria um péssimo negócio.

Um AT 286 é mais rápido e mais poderoso. Mas a diferença não é assim tão significativa. Bem poderia ser caso se quando foi lançado tivessem sido criados programas e sistemas operacionais que explorassem suas maiores potencialidades. Mas não foram. E quando foram, os preços dos 386 já haviam caído tanto que a diferença de custo não mais favorecia aos velhos AT. Se você tem um, também não é o caso de jogá-lo fora. Mas comprar um hoje seria um erro maior que comprar um XT.

O degrau seguinte é o 386. E aí o salto é enorme. Uma CPU 386, além de ser mais rápida, é capaz de coisas que um 286 nem pode sonhar. Dentre as quais reluz uma pequena mágica chamada multitarefa, que nada mais é que a capacidade de executar mais de um programa ao mesmo tempo.

Se você acha que isso é bobagem, pois mesmo que a máquina seja capaz de multitarefa, você só consegue rodar um programa de cada vez, se engana. Porque muitos dos utilitários modernos exigem isso. Um exemplo: WinFax, um excelente programa que permite enviar sob a forma de fax o texto que está sendo editado na tela. Outro: o novo PCTools em sua versão para Windows. Sem falar nos sistemas operacionais modernos. Todos eles exigem no mínimo um 386. E a tendência é que o número destes programas aumente cada vez mais. Portanto, dentro de algum tempo, se você não tiver pelo menos um 386, só poderá rodar velharias.

O degrau seguinte - e o último, já que ainda não há máquinas Pentium - é o 486. As diferenças entre ele e o 386 são significativas, mas não dramáticas. E o mais importante: tudo que um 486 roda, rodará em um 386. No máximo será necessário agregar um coprocessador matemático.

Pronto. Agora ficou mais fácil. Pois, degrau a degrau, o grande salto de desempenho foi dado do 286 para o 386. E a diferença de custos entre ambos não é assim tão grande. Portanto, se você vai comprar um micro, a melhor relação custo/benefício será alcançada com um 386. Acima disso, só se a grana sobrar. Abaixo, provavelmente será um mau negócio.

B. Piropo