Sítio do Piropo

B. Piropo

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08/1993

< CD-ROM >


Os CD-ROM, ou discos óticos para computador, estão aí para ficar. As possibilidades de uso são fascinantes. E os preços cada vez mais acessíveis. Parece que essa é a hora certa de comprar um.

Mas primeiro: o que é exatamente um CD-ROM? Bem, CD-ROM é o acrônimo de "Compact Disc - Read Only Memory", ou memória apenas de leitura em disco compacto. O que não diz muito. Mas se você já viu um CD, disco laser ou Compact Disc, um destes novos discos que agora dominam o mercado fonográfico, sabe exatamente do que se trata. Pois um CD-ROM é rigorosamente a mesma coisa. Tanto que a maioria dos drives CD-ROM para micro são capazes de tocar os CD musicais: basta ligar a saída a um amplificador ou um fone de ouvido. A única diferença é o tipo de informação armazenada: em um CD armazena-se som digitalizado. Em um CD-ROM, armazena-se qualquer informação que possa ser gravada em um disco de seu micro.

Já em relação aos discos magnéticos, sejam flexíveis ou rígidos, as diferenças são enormes. Começando pela capacidade de armazenamento: em um CD-ROM armazena-se até 650 Megabytes, o que somente é possível nos caríssimos discos rígidos de alta capacidade. Depois, pela maneira como as informações são gravadas: ao invés de marcas magnéticas, os CD-ROM armazenam bits sob a forma de microscópicas deformações em uma superfície refletora. Um feixe de raio laser é dirigido para a face do disco que, ao girar, expõe diferentes pontos da superfície à ação do laser. Um dispositivo ótico detecta os desvios do raio refletido e interpreta os resultados, convertendo-os em bytes. Com isto, graças à alta precisão obtida com o laser, pode-se armazenar enormes quantidades de informação em uma superfície surpreendentemente pequena a um custo notavelmente baixo: no mercado americano encontra-se discos contendo centenas de megabytes de programas shareware em CD-ROM por pouco mais de dez dólares.

Mas há também desvantagens. Até recentemente, as principais eram o preço dos drives, a falta de padronização, a baixa velocidade de acesso e o fato de não se poder gravar informações nos discos CD-ROM.

Esta última ainda não foi resolvida: como o nome indica, são unidades apenas para leitura. Mas os preços, como é usual nos bens de informática, estão caindo rapidamente. Hoje já se pode comprar nos EUA um drive CD-ROM de qualidade razoável, como o Mitsumi, na faixa dos duzentos dólares - se bem que os mais rápidos, como os Toshiba de dupla velocidade, ainda se situem na faixa dos seiscentos dólares.

A padronização também já foi estabelecida. No que toca ao formato, basta procurar na face dos drives pela expressão "compact disc" (um logotipo no qual a palavra "compact" é grafada em corpo pequeno logo acima da palavra "disc", em corpo maior e tipo vazado), que indica compatibilidade com o micro. Já quanto ao desempenho, se você quer usar aplicativos multimídia, verifique se o drive obedece ao padrão MMPC (de Multimídia PC), que estabelece a performance mínima aceitável para este fim.

Os tempos de acesso também estão caindo. Há pouco mais de um ano, quinhentos a oitocentos milissegundos eram considerados razoáveis. Hoje, são comuns drives CD-ROM que acessam dados em menos de trezentos milissegundos - os mais rápidos, capazes de variar a velocidade de rotação conforme a posição do feixe de raio laser ("dual spin"), chegam a tempos de acesso na faixa de 250 milissegundos. Ainda uma eternidade se comparados aos doze a dezessete milissegundos alcançados pelos discos rígidos mais rápidos, mas o bastante para atingir taxas de transferência da ordem de trezentos kilobytes por segundo, suficiente para som e vídeo simultâneos sem perda de performance (o padrão MMPC exige tempos de acesso de trezentos milissegundos ou menos e taxas de transferência de cento e cinqüenta kilobytes por segundo ou maior).

Pois é isso. Os primeiros CD-ROM me pareceram brinquedos de luxo cuja serventia se resumia a jogos de alta performance. E, na verdade, eram isso mesmo. Mas agora a coisa é outra: os preços baixaram, o desempenho melhorou e os títulos disponíveis abrangem variadíssimas fontes de consulta, desde guias de ruas e telefones até as mais sofisticadas enciclopédias, dicionários ilustrados e informações sobre artes plásticas, literatura e música. O potencial dos CD-ROM na educação e na facilidade de acesso a grandes massas de informação é espantoso. Dentro de muito pouco tempo ele será um periférico tão indispensável quanto um disco rígido. Se você é um micreiro esperto, pode se preparar para comprar o seu.

B. Piropo