Sítio do Piropo

B. Piropo

< Coluna em Fórum PCs >
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07/06/2010

< COMPUTEX 2010 >


Figura 1: Ms. Tech (Lucy Lee, símbolo e embaixatriz da COMPUTEX 2010)

Durante a semana em que se realizou a COMPUTEX 2010, assunto da coluna anterior < A COMPUTEX 2010 vem aí...>, enviei informes diários para o Fórum PCs diretamente do evento. Estes informes, tão logo eram recebidos, foram publicados sob a forma de notícias, o que forneceu aos leitores. Para consolidar a visão fragmentada da Feira e, principalmente, para aqueles que não leram todas as notícias, republico aqui a cobertura sem perder seu caráter diário.
Mas antes disso, abro uma exceção para pedir um pequeno favor a meus amigos leitores. Uma de minhas alunas, Marie Hostis, participante de um programa de intercâmbio com a Ecole des Mines de Nancy, preparou uma pequena apresentação sobre o Brasil e sua capacidade de gerar energia a partir de fontes alternativas que, embora narrada em francês e com legendas em inglês, é perfeitamente compreensível. E, levando-se em conta que não é trabalho de profissional, extremamente bem feita. Seu objetivo é conquistar uma das vagas de estágio no Brasil oferecidas por uma empresa francesa. Um dos fatores de acumulação de créditos é o número de visitantes. O amor de Marie pelo Brasil é comovente e ela, apesar da barreira do idioma (está entre nós há pouco mais de seis meses), é uma de minhas melhores alunas. Vamos ajudar Marie a conquistar seu estágio e permanecer um pouco mais em nosso país? Basta clicae em < http://www.youtube.com/watch?v=dppYjLX6-lg&feature=player_embedded > “Alors, on s'y met quand ?” e dispender uns poucos minutos apreciando sua apresentação. Que, além do mais, é interessante (o diálogo de Marie com a estátua do Cristo é notável...)

Dia 01 –  segunda-feira 31/05/2010
Começou a COMPUTEX 2010. Ou quase: começaram as atividades que antecedem à Feira. Como a já tradicional entrevista coletiva para a imprensa internacional que apresenta o evento e anuncia a lista dos ganhadores dos prêmios especiais.

Figura 2: Yuen-Chuan Chao abrindo a coletiva de imprensa

A coletiva foi aberta com uma curta apresentação do Sr. Yuen-Chuan Chao, Presidente da TAITRA, órgão governamental de fomento do comércio exterior de Taiwan e um dos principais organizadores da feira. Que começou lembrando que, nesta edição, comemorava-se o trigésimo aniversário do evento. E lembrando que esta comemoração tinha razão de ser, já que correspondeu a um crescimento tanto do número de visitantes esperados como de expositores. O que indica que, apesar de longeva, a COMPUTEX ainda se encontra em expansão, justificando seu novo dístico: “Shaping the Future”, ou “Moldando o Futuro”. Afinal, lembrou ele, mais de cem palestras de aberturas e Fóruns seriam realizados durante esta edição para discutir as tendências atuais e explorar as futuras.

Que, segundo ele, deverão se concentrar na computação em nuvem, dispositivos de leitura eletrônicos (eBooks e similares), cooperação horizontal (esforços conjuntos entre empresas de comunicação e provedores de Internet para oferecer conteúdo diversificado e de qualidade) e avanços substanciais no campo do hardware.
Isto posto o Sr. Chao passou imediatamente à cerimônia de entrega dos prêmios.
Foram dois conjuntos de premiados (na verdade três, já que os ganhadores do premio “Design And Innovation” tiveram que ser subdivididos em dois grupos).

Figura 3: Entrega do prêmio “Design And Innovation”

Segundo as palavras do presidente do grupo de jurados Raph Wiegman, os ganhadores do premio “Design And Innovation”, destinado a agraciar as empresas que mais colaboraram com a inovação no projeto de dispositivos e acessórios, foram escolhidos usando um critério que considerou não apenas a criatividade do autor do projeto (“designer”) mas ainda a facilidade de uso, o conceito de “simplicidade contra complexidade” e a integração de tecnologias. A lista dos ganhadores é grande (merecidamente, diga-se de passagem; afinal foram poucas dezenas de produtos selecionados entre as centenas de milhares exibidos nos salões da feira) e vai para vocês diretamente em foto tirada da projeção exibida durante a cerimônia de entrega. Tão grande e com produtos tão interessantes e realmente inovativos que será examinada com maior detalhe em uma coluna que pretendo escrever mais adiante sobre o assunto.
Mas, entre todos os produtos, houve um especialmente curioso e que a mim, velho batalhador do tempo das válvulas à vácuo, pareceu realmente inovativo. É o amplificador de som i-Phanthom, fabricado pela Add On Technology cuja foto vocês veem adiante. Moderníssimo, com acabamento metálico, formato sinuoso, encaixe para iPod e tudo o mais que se exige de um produto contemporâneo. Mas repare bem no centro do bichinho. Reconhece aquele componente, assim exposto como se fosse o ponto alto do amplificador?

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Figura 4: amplificador i-Phanthom

Não, provavelmente a maioria de vocês não reconhecerá por uma simples razão: nunca viram um igual. Pois trata-se, vejam vocês, de uma velha (quer dizer, esta aí é novinha, mas o modelo é dos idos dos anos quarenta do século passado, se bem me lembro...) válvula à vácuo. E se você procurar direito verá ainda duas outras, só com a cabeça de fora, um pouco mais à frente.
Ora, quem diria, as válvulas, que nos velhos tempos costumavam se esconder envergonhadas, não somente retornam por exigência dos puristas do som, como passam a ser o ponto de atração do amplificador moderno. Sinal dos tempos.
Em relação ao outro prêmio, o “Hot Products Award”, também falaremos depois. Os premiados foram os representantes das empresas que, segundo o critério dos organizadores da feira, lançaram aquilo que se poderia considerar os produtos mais “quentes” do mercado. Entre elas figurava a ThermalTake, por acaso também incluída na relação dos ganhadores do outro prêmio. Mas neste, o dos produtos “quentes”, foi premiada justamente por haver lançado o mais fresco de todos os dispositivos que jamais vi no campo da informática.
A ThermalTake, sabem vocês, se especializou na fabricação de fontes “parrudas” e dispositivos de dissipação de calor, o sonho dos entusiastas de jogos. Pois este ano ela inovou. E lançou seu teclado Challenger Pro, especial para “gameiros” (palavra que, em português, não deriva de “gamo”, um galhardo representante da ordem dos artiodáctilos pertencentes à família Cervidae, como o projeto do teclado dá a entender, mas vem do inglês “game”).
Aí está o teclado, na foto. Agora repare na parte superior esquerda do bicho. Vê ali aquele pequeno dispositivo circular? Pois é nele que reside toda a frescura do aparato. Pois, seguindo a tradição da ThermalTake no que toca à dissipação de calor, ele foi concebido justamente para isso: dissipar calor das mãos do gameiros.

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Figura 5: Teclado Challenger Pro

Repare na foto que mostra o detalhe: é uma pequena ventoinha que, apontada para as delicadas mãos do gameiro que digita nesta maravilha da tecnologia moderna, dissipa o calor por elas gerado, mantendo-as (ainda mais) frescas.
Não é fofo?

Dia 02 - terça-feira, 01/06/2010
Agora, começou mesmo. Pois para que um evento comece oficialmente se impõe a realização da cerimônia de abertura, afinal levada a efeito com toda a pompa e circunstância no salão principal do imponente Pavilhão de Exposições de Nangang, que concentra a maioria das atividades da feira.

Figura 6: Cerimônia de abertura

A cerimônia foi aberta pelo Dr. Chih-kang Wang, Presidente do Conselho da TAITRA, a agência governamental de fomento ao comércio exterior que apoia a COMPUTEX desde os anos oitenta.
O Sr. Wang destacou o fato de ser a COMPUTEX o segundo maior evento mundial no campo da tecnologia da informação e telecomunicações com seus mais de 130 mil visitantes, dos quais 30 mil provenientes do exterior. E, este ano, com a maioria dos países se recuperando da grave crise econômica mundial, apresentou números maiores que os do ano passado tanto no que toca aos visitantes quanto aos expositores.
Em seu discurso, Mr. Wang lembrou que o destaque da edição deste ano da COMPUTEX será a computação em nuvem, razão pela qual um fórum específico sobre o tema será levado a efeito, e salientou a importância da participação, este ano significativamente maior que a do ano anterior, das empresas da República da China.
Aqui um parágrafo que não caberia no discurso de Mr. Wang, um alto executivo de uma agência governamental de Taiwan. Acontece que tal participação até recentemente era inviável por razões de política internacional.  Pois, oficialmente, a República da China atribui a Taiwan o status de “província rebelde” e até um passado muito recente não havia qualquer tipo de relação entre os países. Hoje, demonstrando que nas relações internacionais o dinheiro costuma falar mais alto que convicções, já se estabeleceram relações comerciais e o resultado é a presença de 106 companhias provenientes do outro lado do Estreito de Taiwan (como as autoridades locais se referem à República da China) ocupando 171 estandes do pavilhão de Nangang.
Mas voltemos à cerimônia de abertura e ao discurso de Mr. Wang, que encerrou sua participação reiterando que o fato de a COMPUTEX vir crescendo continuamente ao longo dos anos é mera consequência do crescimento da indústria da informação e telecomunicações de Taiwan. Um deixa para passar a palavra ao Sr. John Hsuan, executivo da TCA (Taipei Computer Association), a promotora direta do evento.
O Sr. Hsuan começou, como manda o figurino, citando um provérbio chinês: trinta anos é a idade em que a independência se estabelece e aflora o desejo de comprometimento. E é com este espírito que a COMPUTEX inicia sua trigésima edição.
Segundo ele a feira, em si mesma, nada mais é que uma janela aberta para a indústria. E seu sucesso reflete o sucesso desta indústria. Que, ainda segundo o Sr. Hsuan, tornou-se a espinha dorsal da economia taiwanesa com uma produção que excede os duzentos bilhões de dólares americanos gerada pelas 741 empresas registradas em sua associação, das quais 414 se fizeram presentes no evento juntamente com suas concorrentes internacionais.
O carro-chefe desta indústria é o hardware que, segundo o Sr. Hsuan, atende a 70% da demanda mundial. E que tem como um dos focos principais a tecnologia WiMax, que hoje cobre a cidade de Taipei, atendendo desde a rede de ônibus até o metrô, suprindo necessidades que vão do simples envio de mensagens de correio eletrônico até atendimento médico de urgência, suprindo hoje as necessidades de 568 empresas. Taipei tornou-se, assim, a capital do WiMax.
Uma deixa para passar a palavra a Young-ping Lee, o Vice-Prefeito de Taipei que, representando a cidade, agradeceu às indústrias participantes do evento, deu as boas vindas aos visitantes e declarou aberto o evento, dando por findos os trâmites da cerimônia de abertura.
O que foi bom pois precisamos trabalhar. Afinal, há quase cinco mil estandes a serem visitados e é preciso manter informados os leitores do ForumPCs...


Dia 03 - quarta-feira, 02/06/2010
A COMPUTEX é uma feira gigantesca. Entramos no terceiro dia e ainda não consegui percorrer metade da exposição. Afinal, são quase cinco mil estandes e haja saúde para visita-los todos, inda mais com uma diferença de onze horas de fuso horário. Mas até sexta-feira eu chego lá.
O evento é organizado pela TCA, Taiwan Computers Association, o órgão privado que congrega os membros da indústria da informática e telecomunicações. Uma indústria pujante, a espinha dorsal da economia da ilha, mas, ainda assim, uma simples associação de empresários.
Como pode uma instituição deste porte organizar regularmente, há trinta anos, um evento gigantesco como a COMPUTEX?
A resposta é simples: TAITRA.
TAITRA é a sigla do Taiwan External Trade Development Council, ou Conselho para Fomento do Comércio Exterior de Taiwan. Uma agência governamental que se dedica a apoiar os esforços da iniciativa privada em tudo aquilo que diz respeito ao crescimento do comércio exterior. Afinal Taiwan é uma ilha que se estende por apenas 36 mil quilômetros quadrados (o Estado do Rio de Janeiro ocupa mais de 43 mil) com uma população de 23 milhões de habitantes e uma das indústrias mais desenvolvidas do planeta. Para que ela possa sobreviver, não basta o mercado interno. O comércio exterior é essencial.
Evidentemente a COMPUTEX não é o único evento cujo patrocínio é compartilhado pela TAITRA. Há diversos outros. Mas, dentre eles, além da COMPUTEX, há um conjunto de cinco outros eventos que se destacam por seu porte, atraindo dezenas de milhares de visitantes e com milhares de expositores. São conhecidos como “as cinco estrelas” e, este ano, todos serão realizados no segundo semestre. E para fornecer informações sobre eles a TAITRA convocou uma coletiva de imprensa durante a COMPUTEX denominada “TAITRA ICT 5 Stars Press Conference”.
A coletiva foi aberta pelo Sr. Moses Yen, diretor do departamento de eventos da TAITRA, que após saudar os presentes fez um pequeno resumo da importância dos cinco eventos.

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Figura 7: Moses Yen abre a “TAITRA ICT 5 Stars Press Conference”

O primeiro, já na próxima semana (mesmo porque tem tudo a ver com a indústria de informática e muitos dos visitantes da COMPUTEX permanecerão para dele participar) é a Display Expo. Mais exatamente a décima segunda edição da exposição internacional da tela plana (Flat Panel Display Exposition). Um evento voltado especificamente para “displays” de tela plana que abarca não apenas aquelas usadas nos monitores de nossos computadores, mas toda uma gama de produtos que vão desde as gigantescas telas para exibir informações para o púbico em aeroportos e grandes salões até as telas pequeninas de telefones celulares e dispositivos industriais. Incluindo o novíssimo OLED (dispositivos orgânicos emissores de luz), sensores para telas sensíveis ao toque, até o chamado “papel eletrônico”, cuja produção aqui na ilha apresentou um crescimento de 800% apenas no primeiro trimestre de 2010.
O segundo evento será o já tradicional TAITRONICS, o Taipei International Electronics Show. Uma espécie de CES taiwanesa. Este ano será realizado entre 11 e 13 de outubro, também aqui no pavilhão de exibições de Nangang, e irá abranger tudo aquilo que diz respeito à eletrônica, desde simples componentes passivos e ativos, baterias e fontes de alimentação, LEDs e suas aplicações, medidores, cabeamento e equipamento industrial até a chamada “eletrônica para o consumidor final”. Ou seja: tudo o que de alguma forma pode ser relacionado com a eletrônica.
O terceiro evento dos “5 Stars” será uma novidade interessante. Uma feira, com os devidos eventos paralelos como palestras e fóruns, inteiramente dedicada a dispositivos de identificação por radiofrequência (RFID), estes pequeninos chips, também chamados de “etiquetas inteligentes” (“smart tags”), onde se pode armazenar informações. Há de dois tipos, os passivos, capazes apenas de responder a sinais de rádio externos, e os ativos, que emitem seus próprios sinais. Consta que são o futuro da indústria de armazenamento e transporte de bens e já estavam sendo usados na COMPUTEX 2010: meu crachá de membro da imprensa já continha um chip RFID que me identificava quando eu cruzava um dos portões de entrada dos salões de exibição do pavilhão de Nangang. O Taiwan RFID 2010 será realizado em paralelo com o TAITRONICS, de 11 a 14 de outubro próximo.
A quarta das cinco estrelas, o “Broadband Taiwan 2010” dedicado exclusivamente à comunicação em alta taxa de transferência de dados (“banda larga”), também será realizada paralelamente às duas anteriores. Como são eventos correlatos, realizá-los simultaneamente facilita a vida dos visitantes que podem se dedicar aos três eventos em uma única viagem. E torná-los independentes mantém sua individualidade e preserva a importância de cada um. O “Broadband Taiwan 2010” será voltado para todo tipo de comunicação de alta taxa, desde WiFi e Wimax (um padrão já amplamente utilizado em Taipei), até equipamento de comunicação por micro-ondas, cabo, Bluetooth, satélite e até mesmo, quem diria, à boa e velha Ethernet.
O quinto evento, finalmente, será realizado de 26 a 28 de outubro no TWTC (Taipei World Trade Center, um dos pavilhões ocupados pela COMPUTEX nas vizinhanças do Taipei 101, o ícone da cidade de Taipei). Será o “PV Taiwan 2009” (Taiwan International Photovoltaic Forum and Exhibition). Em uma época em que se torna cada vez mais importante a utilização da energia solar para fins tão variados como a iluminação doméstica e geração e energia automotiva, cai bem a realização de um evento voltado especificamente para este tipo de tecnologia que exibirá produtos tão variados quanto células solares, módulos fotovoltaicos, sistemas geradores de energia elétrica a partir de energia solar, baterias e produtos afins.
São cinco eventos, apoiando cinco indústrias de alguma forma correlatas, todos visando fomentar a produção e exportação de bens industrializados. E todos realizados com forte apoio governamental.
É interessante ver como um bom governo pode ajudar sua indústria a crescer no comércio exterior em vez de sufocá-la com impostos escorchantes.
B. Piropo

Dia 4 - quinta-feira, 03/06/2010
Quarto dia de feira, vistos todos os salões, percorridos todos os corredores e visitados - ou, pelo menos, olhados, que ninguém é de ferro – todos os estandes, dá para fazer uma boa análise, separar o joio do trigo e formar uma boa ideia do que realmente foi importante nesta COMPUTEX 2010.
Sim, porque em um evento gigantesco como este tem de tudo. Mas de tudo mesmo. Computadores de todos os tamanhos, cores e formatos (sem exagero; de volta ao Brasil pretendo escrever algumas colunas ou artigos, digamos, “temáticos” e um deles abordará apenas gabinetes, desde exemplares extraordinariamente inventivos e práticos como alguns da Antec até certos gabinetes que pareciam fruto do delírio de um adolescente pirado), acessórios de todo o tipo, placas-mãe de todo tamanho e formato, o diabo. E descobrir o que é essencial e o que é “perfumaria” não é fácil. Mas, com vinte anos de feiras nas costas, acaba-se conseguindo. Então vamos lá: nesta COMPUTEX 2010 as palavras de ordem foram: nuvem, “media players”, USB 3.0, leitores de livros digitalizados (”eBook readers”) e ”tablets”, não necessariamente nesta ordem. Seguidos, mas não de muito perto, por uma variedade extraordinária de placas-mãe, placas de vídeo e gabinetes, com suas ventoinhas e arrefecedores (“coolers”) do outro mundo.
Destes últimos itens falaremos daqui a alguns dias. Da nuvem, não há muito que dizer: foi discutida em seminários, abordada em palestras, assunto de fóruns, mas como toda boa nuvem que se preza, é etérea, quase abstrata, e para quem não estava diretamente envolvido nos eventos específicos que dela trataram, não sobra muito para falar. Vejamos, então, o restante.
USB 3.0 foi a interface do momento. Houvera já a Intel incluído o padrão em seus “chipsets”, seria o assunto da feira e explodiria ainda este ano. Mas como por enquanto os únicos “chipsets” que suportam o padrão são os da AMD, não houve a explosão. Porém não há fabricante de placa-mãe para AMD que não tenha exibido uma profusão de portas USB 3.0. Mas aqueles que se dispuserem a comprar uma placa-mãe para chipset Intel ou simplesmente quiserem adicionar o padrão à sua velha placa cansada de guerra poderá fazê-lo, desde que possua um conector (“slot”) PCI express (dos pequenos, de dezesseis vias) disponível. Basta comprar uma placa controladora, encaixar no “slot” e partir para a luta. Dispositivo USB 3.0 não vai faltar: tem drive externo de todo o tipo e tamanho, “pen drives” das mais variadas marcas e capacidades e até mesmo um conversor USB 3.0 / SATA II fabricado pela Innostor. Pode ser que 2010 ainda não seja, mas que 2011 será o ano do USB 3.0 eu não tenho dúvida. O problema é o preço, que por enquanto ainda anda um pouco “salgado”. Mas com a massificação da produção e, sobretudo, com a concorrência, a tendência é cair.

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Figura 8: Placas controladoras e dispositivos USB 3.0

Depois, os “media players”. E para quem pensa que estou falando no programa, vamos esclarecer: o que por aqui era designado por este nome são dispositivos que podem ser classificados como, digamos, uma central de entretenimento doméstico. Uma trapizonga que contém um dispositivo de armazenamento de massa de grande capacidade (geralmente um disco rígido de pelo menos algumas centenas de GB) e o hardware e software necessário para gerenciar os arquivos (essencialmente de imagens, músicas e vídeos) e reproduzi-los em um sistema de som e TV (geralmente algo tipo “home theater” ou pelo menos uma TV de alta definição, mas convém frisar que o dispositivo de reprodução não faz parte e pouco tem a ver com o “midia player”).
O busílis está na expressão “o hardware e software necessário”. Pois por aqui havia “mídia players” para todo o gosto. Desde umas caixinhas de plástico pouco maiores do que o disco rígido contido em seu interior e com o hardware e software minimamente necessário para exibir seus arquivos até computadores tipo “cubo” altamente sofisticados, com discos removíveis e acionadores de discos padrão “Blu Ray”. Mas que havia “mídia players” a dar com pau, lá isso havia.  No Brasil eles ainda não são muito populares, mas a julgar pela tendência mundial, pelo que se viu aqui na COMPUTEX 2010 e pela disseminação das televisões de tela plana e alta definição causada pelo aumento das vendas provocado pela Copa do Mundo, brevemente serão.

Figura 9: Midia Players

E aí, meu amigo, vem a coqueluche da COMPUTEX 2010: os leitores de livros “eletrônicos” e os computadores tipo “tablet”. E a culpa é da Amazon e da Apple.
A diferença essencial entre estes dois apetrechos é que o primeiro geralmente é em preto e branco, só serve para ler arquivos (em geral no formato PDF) e são levíssimos, enquanto os segundos, além de permitir ler estes mesmos arquivos, tem telas coloridas, são computadores completos (alguns, bastante poderosos) e, além da tela sensível ao toque para gerenciamento, possuem uma forma qualquer de entrada de caracteres.

Figura 10: “Tablets” e “eBook Readers”

Parece que todo o mundo que tem algo a ver com a fabricação de computadores, especialmente, como é natural, de máquinas portáteis, está “correndo atrás do prejuízo” e se apressando a lançar seja seu leitor de “eBook”, seja seu “tablet”. E “todo o mundo” inclui desde a Asustek, que lançou seu Eee Pad (um bichinho equipado com um Intel Core 2 Duo, roda Windows 7 e funciona como “multimídia player”, leitor de “eBooks”, dispositivo de acesso à Internet e, quase ia esquecendo, computador pessoal dos mais poderosos) até a MSI, que não lançou mas anunciou para breve o lançamento de seu WindPad, com uma UCP Atom Z530, tela de dez polegadas, uma câmara de vídeo integrada de 1,3 MPx, suporte a comunicações sem fio 3G e WiFi, GPS, porta HDMI, bateria com duração de carga de oito horas, rodando Windows 7 Home Premium e pesando apenas 800 gramas.
Sei não, mas acho que os próximos meses trarão um bocado de coisas interessantes no campo dos micros tipo “tablet". É esperar para ver...
E até mais, que breve estarei de volta ao lar...

 

B. Piropo