Sítio do Piropo

B. Piropo

O Globo
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30/03/1998

Transferindo Windows 95 para um novo HD: Preparativos

Você olha orgulhoso o novo disco rígido que acabou de comprar, prestes a ser instalado no lugar do drive C. Mas o drive C é o disco de sistema, que contém Windows 95, programas e configurações. Reinstalar Windows 95 já é uma perspectiva suficientemente sombria. Mas ter que reinstalar os programas e restaurar as configurações é um pesadelo. Seria tão bom se houvesse um jeito de copiar o conteúdo de um disco para o outro, com configurações e tudo mais, e depois simplesmente dar um boot...

Se este é o seu dilema, trago-lhe notícias boas e ruins. Primeiro as boas: existe, sim, uma técnica para conseguir este resultado. Que usa apenas os utilitários de Windows 95 e pode ser repetida por qualquer usuário com um mínimo de prática, desde que siga criteriosamente o "caminho das pedras" que será adiante descrito. Agora as ruins: dá um trabalho medonho e qualquer passo em falso deita tudo a perder. Portanto, caso se decida a usá-la, não afobe. Leia esta série de artigos até o final e só prossiga quando tiver certeza que dispõe de todo o necessário.

Comecemos pelo cenário. Que será típico: a máquina não tem unidade de fita para backup e tem apenas um disco rígido, padrão EIDE, reconhecido pelo BIOS (ou seja, não usa nenhum driver dinâmico tipo "overlay", como EZ-Drive, MaxBlast ou Disk Manager) com Windows 95 instalado no diretório C:\WINDOWS. E o novo disco também será reconhecido pelo BIOS e conterá uma única partição. É claro que variações são admissíveis, mas as adaptações correm por sua conta.

Agora, uma visão panorâmica do que pretendemos fazer. Primeiro, vamos instalar o drive novo na máquina, particioná-lo e formatá-lo como drive D. Depois, com o programa de backup do próprio Windows 95, criaremos nele uma cópia de segurança completa do antigo. Em seguida removeremos o antigo, transformaremos o novo em drive C e instalaremos nele Windows 95. Isto feito, restauraremos a cópia de segurança, refazendo as configurações. E, finalmente, removeremos a cópia de segurança. Esta, aliás, é a única técnica recomendada pela Microsoft para transferir o sistema para um novo disco (na verdade, este artigo se baseou no procedimento descrito no documento Q166175 da "Base de Conhecimentos" da MS, que pode ser encontrado em [http://support.microsoft.com/support/kb/articles/q166/1/72.asp]).

Antes de iniciar, assegure-se que todos os itens necessários estão disponíveis.

Primeiro, verifique se o novo disco é suficientemente grande, pois para usar a técnica que descreveremos sua capacidade deverá ser pelo menos 66% maior que o espaço total ocupado por arquivos no drive antigo. Note que se trata do espaço ocupado por arquivos, não da capacidade do disco. Para verificar, abra o objeto "Meu Computador", execute um clique com o botão direito sobre o ícone do drive C e selecione a opção "Propriedades". Anote o valor que aparece em frente a "Espaço utilizado" e multiplique-o por 1,66 (se o disco antigo foi comprimido com DoubleSpace, SuperStor, Stacker ou qualquer outro tipo de compressor em tempo real, use o fator 2 ao invés de 1,66). A capacidade do novo disco deve ser maior que este produto. A razão é simples: como será feita uma cópia de segurança completa do disco velho no novo, que depois será restaurada no próprio disco que a contém, o disco novo deverá ter espaço suficiente para abrigar todos os arquivos do velho e mais sua cópia de segurança. Como o programa que vamos usar para fazer a cópia de segurança comprime os arquivos, reduzindo-os para cerca de 66% do tamanho original, a soma do espaço ocupado pela cópia com o espaço total dos arquivos restaurados deve ser 66% maior que o total dos arquivos, o que explica o fator 1,66. Um exemplo: o disco antigo tem 520Mb de capacidade, dos quais 480Mb estão ocupados. Para calcular a capacidade necessária do novo disco, tome este último valor e multiplique por 1,66. O resultado será 796,8Mb. Portanto, neste exemplo, o novo disco deverá ter pelo menos 796,8Mg de capacidade.

Precisaremos também dos discos de instalação de Windows 95 e de um disco de inicialização (se você não tem um, já veremos como criá-lo). Se a versão de Windows 95 não é a chamada OSR2, durante a instalação você será solicitado a comprovar a propriedade de uma versão anterior do sistema operacional, portanto tenha à mão o disco 1 do conjunto de discos de instalação do Windows 3.x ou do MS-DOS 6.x (se é o OSR2, você precisará do "Product ID Number", ou número de identificação do produto). E se a instalação de Windows 95 for feita a partir de CD-ROM, você vai precisar dos discos de instalação do drive CD-ROM com os drivers que permitem que o DOS o reconheça. Além disto, você precisará ainda das características de seus discos rígidos, tanto do novo quanto do velho. Se você não as copiou e perdeu o manual, anote a marca e o modelo de seus drives e procure suas características no sítio "The Ref', em [http://theref.c3d.rl.af.mil/hard_drives/mh__main.html].

Se você não tem um disco de inicialização (ou disco de boot), introduza um disquete no drive A (cuidado: use um disquete virgem ou que contenha arquivos descartáveis, já que todo seu conteúdo será perdido), abra o painel de controle, abra o objeto "Adicionar ou Remover Programas", passe para a aba "Disco de Inicialização" e clique no botão "Criar disco". E se você já tem um, teste-o, inserindo-o no drive A, encerrando a sessão de Windows 95 e reinicializando a máquina. Se tudo correr bem, o sistema operacional será carregado a partir do disquete e você se verá diante do prompt do drive A. Se a máquina insistir em inicializar a partir do drive C, acesse o setup do micro (em geral mantendo a tecla Del apertada logo após ligar a máquina) e habilite o boot a partir do drive A ajustando a opção "boot order" para A:C:.

Isto feito, você está pronto para "meter a mão na massa".

B.Piropo