Sítio do Piropo

B. Piropo

< O Globo >
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16/09/2002

< Windows XP já tem >
<
seu Service Pack 1
>


Quando um novo sistema operacional é lançado, alguns usuários correm para instalá-lo em suas máquinas apenas pelo sabor da novidade. Outros, esperam e apenas instalam depois de ouvir a opinião dos pioneiros. Mas os realmente prudentes somente instalam um novo sistema depois do lançamento de seu primeiro “Service Pack” (ou SP1), um pacote de correções que consolida as atualizações até então liberadas e, geralmente, inclui alguma coisa extra. Pois estes já podem, afinal, instalar o Windows XP: segunda-feira passada, em seu sítio nos EUA, a MS liberou o SP1 da versão em inglês (o da versão em português estará disponível durante a próxima semana). Mas, para baixá-lo de
<www.microsoft.com/windowsxp/pro/downloads/servicepacks/sp1/default.asp>
é preciso paciência e banda larga: o arquivo tem mais de 130 Mb.

Apesar disso, Alexandre Toledo Leite, Gerente de Windows XP da Microsoft do Brasil, recomenda que todos os usuários de Win XP instalem o SP1, mesmo os que estão com o sistema absolutamente em dia através da atualização automática (um serviço de Windows XP que cada vez que o usuário se conecta á internet interroga o sítio da MS em busca das atualizações disponíveis e, caso encontre uma nova, efetua sua transferência e instalação). Isso porque o SP1 não se limita a consolidar as atualizações já disponíveis (basicamente correção de pequenos bugs, drivers para o XP, atualizações de segurança, suporte a novo hardware e novos padrões, como o USB 2.0). Além delas ele traz inovações que Alexandre considera importantes. Como a volta do suporte integrado à JVM (Java Virtual Machine), que a MS havia suprimido de Windows devido a uma pendenga judicial com a Sun e que, segundo Alexandre, retornou para atender às necessidades dos usuários.

Mas talvez a alteração mais bem-vinda tenha a ver com a execrável “ativação do produto”. Para quem não sabe: para impedir que a mesma cópia de Win XP seja instalada em mais de uma máquina, durante a instalação é criado um arquivo com informações codificadas sobre a configuração do hardware. Para fazer o WinXP funcionar, o usuário deve entrar em contato com a MS para receber uma chave que “ativa” o sistema. Durante o uso, caso venha a ser detectada alguma alteração (por exemplo, adição de memória ou troca do disco rígido) o sistema operacional simplesmente é “desativado” e o usuário deve entrar em contato com a MS para receber uma nova chave. Pois bem: depois do SP1 tudo continua mais ou menos na mesma, mas em vez de ter o sistema imediatamente bloqueado, o usuário ganha um prazo de três dias para obter a nova chave.

A outra alteração digna de nota veio em função do processo anti-monopólio movido contra a MS que resultou em um acordo através do qual, entre outras providências, a MS se compromete a permitir que certos componentes (mais especificamente: Internet Explorer, Outlook Express, Windows Messenger e Windows Media Player) sejam removidos de Windows. De fato, instalado o SP1, aparece uma nova aba no objeto “Adicionar e remover programas” do Painel de Controle. Essa aba (que na versão em inglês chama-se “Set program access and defaults”) de fato traz ajustes que fazem desaparecer quaisquer vestígios desses componentes do menu Iniciar, da Área de Trabalho e da Barra de Tarefas. No entanto, conforme Scott Spanbauer no PCWorld.Com (veja artigo em
<http://www.pcworld.com/news/article/0,aid,104766,tk,dn090902X,00.asp>
)
, os aplicativos não são efetivamente removidos do sistema operacional: eles continuam lá, apenas escondidos das vistas (e fora do alcance) dos usuários. Já é alguma coisa.

Além disso, não há muita coisa de interesse: o SP1 inclui suporte para os novos Web Services da MS e certos itens de hardware como os tablets PCs e Smart Displays. O resto são correções de bugs e atualizações de segurança já disponíveis individualmente (e, portanto, já incorporados aos sistemas que fazem verificações regulares das atualizações disponíveis).

Talvez por isso o SP1 tenha despertado um interesse tão pequeno nos fabricantes de PC. Em artigo na ZDNet News (leia em
<http://zdnet.com.com/2100-1104-957077.html>)
, Joe Wilcox afirma que um número surpreendentemente pequeno de fabricantes irá aderir imediatamente ao SP1. Alguns, como a Sony, somente pretendem incluir o SP1 nas máquinas novas a partir do próximo ano. Segundo Wilcox, isso se deve principalmente a duas razões: a eficácia da atualização automática, que mantém em dia a maior parte dos sistemas instalados, e o número surpreendentemente pequeno de bugs e falhas apresentado pela versão original do produto. Sem dúvida, ponto para a MS.

E, para encerrar, uma advertência. Um dos recursos adotados para instalar cópias ilegais de Windows XP é usar números de série de cópias corporativas, que dispensam a ativação. A MS estima que 90% das cópias ilegais usam dois desses números, que “vazaram” das corporações. Pois bem: se, durante a instalação um deles for encontrado, o SP1 não será instalado e o produto será “desativado”. Portanto, se você conhece alguém que usa uma dessas cópias ilegais, mantenha isso em segredo e deixe o pirata ter o castigo que merece quando tentar instalar o SP1.

(Os atalhos (“links”) incluídos neste artigo podem ser encontrados na seção Escritos desta semana do Sítio do B.Piropo, em <www.bpiropo.com.br>).

B. Piropo