Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
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20/01/2005

< Há uma placa BTX no seu futuro... >


Se você tem micro há mais de sete anos, provavelmente lembra do “botão de desligar”. Naquela época tudo o que Windows fazia quando solicitada a encerrar os trabalhos era avisar polidamente que o computador já poderia ser desligado. Fazê-lo era tarefa sua.

Naqueles dias as dimensões e localização dos principais componentes das placas-mãe eram diferentes. Havia dois tipos, a “AT” e a “Baby AT”, menorzinha. Mas no início de 1997 foi lançado um novo “fator de forma”, denominado ATX (“Advanced Technology eXtended”) que, além de mudar o tamanho das placas e a localização dos componentes (“slots” e conectores na traseira da placa) alterou o sistema de alimentação de energia, permitindo que o próprio sistema operacional desligasse o micro. E hoje em dia raramente se encontra um sistema que não use o padrão ATX. Mas isso vai mudar. E logo. Pois a Intel lançou um novo fator de forma para placas-mãe. E quando a Intel se manifesta, cessa tudo que a antiga musa canta, que outro valor mais alto se alevanta.

O novo padrão chama-se BTX, sigla de “Balanced Technology eXtended”. Admite três tamanhos de placa, todas com 26,7 cm (10”1/2) de comprimento e largura variando entre 32,5 cm (BTX padrão, com até sete slots PCI Express), 26,2 cm (Micro BTX, com até quatro slots PCI Express) e 20 cm (Pico BTX, com um único slot PCI Express).

Segundo a Intel
(em < www.intel.com/cd/channel/reseller/asmo-na/eng/95346.htm >),
o padrão BTX melhora a dissipação de calor e reduz o ruído. O sítio FormFactors.org, especializado no assunto
(em < www.formfactors.org/FFDetail.asp?FFID=12&CatID=1 >),
além de divulgar as especificações e diretivas para projeto de placas e gabinetes (no formato PDF), destaca que a grande vantagem do BTX é o fluxo de ar no interior do micro, que se dá em uma linha reta longitudinal (“in-line airflow”), removendo com apenas duas ventoinhas o calor gerado pela CPU, chipset e processador de vídeo (na verdade as más línguas insinuam que a verdadeira razão da Intel se dar ao trabalho de criar um novo fator de forma para placas-mãe apenas para melhorar o arrefecimento deve-se à excessiva dissipação de calor do Pentium 4, maior que a do próprio Athlon 64 da rival AMD).

Mas há outras vantagens, a serem desfrutadas principalmente por fabricantes de placas e gabinetes e profissionais integradores: ao contrário do padrão ATX, que apenas estabelece a localização dos “slots” e conectores, deixando os demais componentes da placa-mãe mais ou menos “soltos”, o padrão BTX fixa rigorosamente a posição do soquete da CPU, slots para memória, fonte de alimentação e seu conector na placa, facilitando bastante encontrar componentes que “encaixem” no projeto sem sustos.

A primeira coisa a chamar a atenção na nova disposição espacial dos componentes de uma placa BTX é que os “slots” e os conectores traseiros “trocaram de lado” (veja na figura). A segunda é que a CPU, que agora se localiza próxima à parte frontal do gabinete, é completamente coberta por um “túnel” de metal ou plástico (que integra o gabinete, não a placa-mãe), o “módulo térmico”, que fica alinhado com uma ventoinha colocada na traseira da placa. Isso provoca um fluxo de ar único, em linha reta (o “in-line airflow”), que arrefece os principais responsáveis pela dissipação de calor no interior do gabinete.

O padrão começou a ser discutido no final de 2003, mas somente agora as primeiras placas-mãe BTX chegam ao mercado, ambas Micro BTX e ambas lançadas pela Intel (veja em
< www.pcworld.com/news/article/0,aid,119042,tk,dn010605X,00.asp >).
E como uma placa-mãe BTX não pode ser usada em um gabinete ATX (lembre-se disso na sua próxima atualização de hardware), os fabricantes de gabinete já começaram a se movimentar e a AOpen já liberou os primeiros modelos de gabinete BTX.

Pois é isso. Não sei se sua próxima placa-mãe será BTX. Mas que há uma no seu futuro, isso eu garanto.

B. Piropo