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B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
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16/03/2006

< Escolhendo um escâner >


Escâner é um dispositivo digitalizador de imagens. Funciona assim: coloca-se um documento sobre uma superfície plana de vidro, aciona-se o escâner, um feixe de luz “varre” o documento, é refletido por ele através do vidro e as variações de cor e intensidade da luz refletida são capturadas e convertidas em informações digitalizadas. Como essas informações codificam o conteúdo do documento, podem ser usadas para reproduzir sua imagem na tela de um computador ou para editar essa imagem em um programa gráfico. Simplificando (muito): um escâner é um dispositivo semelhante a uma máquina tipo Xerox, cuja saída em vez de ser uma cópia impressa do documento é a imagem deste mesmo documento na tela do computador. O nome escâner é o aportuguesamento do inglês “scanner”, que deriva do verbo “to scan”, que significa “escandir”, “fazer varredura”. Diz-se das imagens capturadas pelo escâner que elas foram “escaneadas”, do verbo “escanear”.

Um escâner é útil não somente para quem trabalha com imagens, permitindo capturá-las de qualquer material impresso para que possam ser editadas por programas gráficos, como para quem trabalha com textos, graças aos programas OCR (“Optical Character Recognition”, ou reconhecimento ótico de caracteres) capazes de capturar a “imagem” do texto do documento, reconhecer cada caractere e gerar um arquivo com os códigos desses caracteres, que pode ser editado por qualquer programa editor de texto. Um bom escâner combinado com um programa OCR eficiente economiza dezenas de horas de cópia de texto impresso.

Meu primeiro escâner era um mastodonte que capturava imagens em baixa resolução, exigia uma placa controladora SCSI e custou uma pequena fortuna. Com a evolução da tecnologia e a queda dos preços pode-se comprar escâneres de altíssima resolução que se conectam a uma porta USB por preços bastante acessíveis.

O fator mais importante na escolha do escâner é a sua resolução, ou número de pontos em que ele divide a imagem capturada. Escâneres domésticos de alta resolução capturam imagens com até 2.400 x 2.400 pontos por polegada (padrão usado para exprimir resoluções de imagens). Mas você não precisará de tudo isso a não ser que pretenda usar o escâner para fins muito específicos, como escanear pequenos objetos (como selos, para colecionadores) ou slides (transparências) de filmes de 35 mm (e neste caso verifique se o escâner vem com um adaptador para slides ou se pode receber um vendido separadamente). Para o uso comum, como captura de figuras de revistas e livros ou digitalização de textos por OCR, resoluções de 300 x 300 a 600 x 600 pontos por polegada são perfeitamente aceitáveis.

O segundo fator é a “profundidade de cores”, o número de cores que o escâner consegue distinguir, expresso pelo número de bits usados para armazenar a cor de um ponto. Um escâner “de 24 bits” distingue 16,8 milhões de cores, um de 30 bits mais de um bilhão e um de 36 bits cerca de 68 bilhões, muito mais que a capacidade de nossos olhos percebê-las. Quanto maior a profundidade melhor são capturados detalhes em zonas escuras ou muito densas de imagens coloridas. Para não profissionais, 24 bits devem ser suficientes.

Depois vêm fatores secundários, como rapidez (que, novamente, só é importante para quem usa intensamente o escâner), facilidade de uso (como a presença de interruptores no painel de controle do aparelho que permitem executar certas operações, como copiar uma imagem e reproduzi-la imediatamente na impressora mediante um simples apertar de botão), acessórios (como o adaptador para slides acima mencionado) e qualidade do software que acompanha o dispositivo (por exemplo: se o escâner aceita um adaptador de slides, o software deve permitir a regulagem para captura de transparências).

Os principais fatores são esses. Só faltou um: o preço. Que deve ser combinado com os demais para garantir uma compra balanceada sob o ponto de vista de custo / benefício...

B. Piropo