Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
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12/11/2009

< SPAM >


Segundo a definição corrente, “spam” é o nome que se usa para designar mensagens de correio eletrônico não solicitadas. Uma definição não muito apropriada posto que a maior parte das mensagens que recebemos, mesmo aquelas que mais nos interessam, não foi solicitada. Melhor seria definir spam como mensagens de correio eletrônico indesejadas. O que, pensando bem, talvez também não seja apropriado já que uma mensagem, digamos, de seu filho pedindo dinheiro, não pode ser classificada como desejada e não obstante também não é spam. No entanto, independentemente de qualquer definição, todos sabemos do que se trata: aquelas mensagens que, querendo ou não, todos recebemos, em geral de pessoas desconhecidas, oferecendo coisas nas quais não estamos interessados com vantagens tão inacreditáveis quando inalcançáveis, muitas delas servindo de veículo para vírus, cavalos de Tróia ou programas espiões. Em suma: “spam” designa todo um conjunto de mensagens cujo conteúdo, geralmente comercial, não nos interessa – além de poder ser prejudicial – enviadas em grande número por desconhecidos para uma lista de endereços da qual consta o nosso.

A origem do nome é controversa. Sabe-se com certeza que SPAM é um tipo de conserva enlatada fabricada pela firma britânica Homel Foods Co. que consiste em carne suína pré-cozida e condimentada – o que justifica o nome como uma contração de “spiced ham”. O que não se sabe com certeza é porque ele foi usado para designar esse tipo de mensagens eletrônicas. Consta que tem a ver com um quadro do excelente grupo de humoristas ingleses Monty Pyton exibido em seu programa na TV inglesa onde um cavalheiro solicitava o cardápio em um restaurante e o garçom oferecia uma longa variedade de pratos, todos eles baseados na dita conserva. O que isto tem a ver com as mensagens, não sei, mas reza a lenda que esta é a razão e quem sou eu para discutir com a lenda...

Mas não estamos aqui para tratar de semântica. Afinal, esta é uma coluna sobre informática e de informática deve cuidar. Então vamos abordar um assunto que tem a ver com o spam. Mais especificamente de como (tentar) nos livrar dele. Ou pelo menos reduzir seu número.

A sugestão é dirigida especificamente a essas pessoas que usam a Internet como meio de distribuir coisas interessantes para uma seleta relação de amigos. Nesse caso não se trata de spam. Na verdade elas constituem uma das boas coisas da rede e quando se trata de gente de bom gosto, suas mensagens são um sopro de vida e alegria na aridez de nossa caixa postal. Portanto longe de mim recomendar que parem de enviá-las. Ao contrário: sigam distribuindo alegria. Mas façam-no sem correr o risco de prejudicar os amigos que constam da lista.

Seguinte: muitas destas mensagens trazem junto ao cabeçalho toda a relação de endereços dos destinatários. E, como em geral elas contêm algo interessante, alguns destes destinatários as repassam usando a função “encaminhar” de seu programa de correio eletrônico. O que faz com que, junto com elas, siga a relação dos endereços dos destinatários originais. Uma relação que, assim, pode cair nas mãos de um desses pilantras que recolhem endereços ao acaso para engordarem suas próprias listas (algumas postas a venda na Internet) de envio de spam.

Evitar que isso ocorra é fácil. Ao redigir uma mensagem dirigida a uma lista de destinatários, coloque no campo “Para” um único endereço (por exemplo o seu próprio, que já constará do campo “De”). Os demais, ou seja, toda a sua lista de destinatários, introduza no campo “Cco” (que, se não aparecer no cabeçalho da mensagem, aparecerá no catálogo de endereços seja qual for seu programa de correio eletrônico). “Cco” significa “Com cópia oculta” (ou equivalente) e tem um efeito interessante: a mensagem segue para todos os integrantes da lista de endereços, mas a lista propriamente dita será omitida do corpo e do cabeçalho da mensagem e não correrá o risco de cair em mãos de quem possa fazer mau uso dela.

Figura 1

B. Piropo