Escritos
B. Piropo
Anteriores:
< Trilha Zero >
Volte de onde veio
19/10/1992

< Pedaços do DOS II: >
< Os Essenciais e os Auxiliares >


Antes de começarmos a examinar os arquivos que fazem parte do DOS, uma recomendação: se decidir remover alguns deles do disco rígido, copie-os antes em um disquete. Se vier a precisar deles mais tarde, saberá onde encontrá-los. Não se esqueça que nos disquetes originais do DOS eles estão compactados: se não guardar uma cópia, terá que usar o utilitário Expand.Exe para reconstitui-los. Copiar do disquete para o HD é muito mais simples.

Agora ao trabalho. Começando pelos três únicos arquivos realmente essenciais, que jamais poderão ser removidos, pois sem eles a máquina não funciona: os dois arquivos de sistema, que são o sistema operacional propriamente dito, e seu processador de comandos.

Io.Sys: arquivo oculto, de sistema e apenas para leitura. Contém parte das rotinas de entrada/saída do sistema operacional, que lidam diretamente com o hardware (a parte restante está gravada em ROM na placa mãe). Não está no diretório DOS, mas no raiz.

Msdos.Sys: também oculto, de sistema, apenas para leitura e no diretório raiz. Contém as rotinas dos "serviços" do sistema.

Command.Com: o processador de comandos do DOS. Contém todos os comandos "internos" e as rotinas para carregar outros programas. Pode estar no raiz ou no diretório DOS (mas neste caso é obrigatório o comando "comspec" no Config.Sys com sua localização).

Os sete arquivos seguintes compõem a Dosshell, uma interface com o usuário que substitui a linha de comando e permite carregar diversos programas e alternar entre eles com um "task switcher":

Dosshell.* (Dosshell.Com, Dosshell.Exe, Dosshell.Ini, Dosshell.Vid, Dosshell.Grb e Dosshell.Hlp): o primeiro é o núcleo da Dosshell, que permanece residente quando se carrega um programa de dentro dela. O segundo é a shell propriamente dita. Os demais são arquivos auxiliares. Existem aplicativos bem melhores que a Dosshell. Mas, como diz a sabedoria popular, de cavalo dado não se olham os dentes. Afinal, não se deve esperar de um programa que acompanha o sistema operacional a mesma qualidade de um aplicativo especialmente desenvolvido para o mesmo fim. Se você usa a Dosshell, mantenha os arquivos no HD. Se não, pode removê-los.

Dosswap.Exe: o "task switcher" do Dosshell. Também somente deve ser mantido caso se use a Dosshell.

Agora, aquilo que classifiquei como arquivos auxiliares. São arquivos com informações que serão usadas por programas, drivers ou pelo próprio usuário. Os com extensão .Cpi (de Code Page Information) contêm informações sobre páginas de código usadas pelos drivers correspondentes. Os de extensão .Hlp são usados pelos respectivos sistemas de ajuda. As extensões .Txt e .Lst correspondem a arquivos texto com informações para o usuário e a extensão .Bas a programas fonte em basic, incluídos como exemplo. Finalmente, a extensão .Pro (de "profile") corresponde ao "perfil" de impressoras, utilizado pelo Graphics.Com. Vamos a eles, grupados por extensão:

*.Cpi (4201.Cpi, 4208.Cpi, 5202.Cpi, Ega.Cpi e Lcd.Cpi)): cinco arquivos com informações sobre páginas de código. Os três primeiros para impressoras IBM e os dois últimos para vídeo. O primeiro corresponde às impressoras Proprinter 4201 e 4202, o segundo, às Proprinter 4207 e 4208 e o terceiro à Quietwriter III. Remova os que não corresponderem à sua impressora. O arquivo Ega.Cpi traz informações sobre páginas de código para controladoras de vídeo EGA ou VGA. Se sua controladora não é uma destas, pode ser removido. Finalmente, o arquivo Lcd.Cpi contém informações sobre páginas de código para o vídeo de cristal líquido de um computador portátil da IBM, o IBM Convertible, já fora de linha. Se você não possui uma destas relíquias, remova-o. Evidentemente, se você não usa páginas de código, todos estes arquivos podem ser removidos.

*.Bas (Gorilla.Bas, Money.Bas e Nibbles.Bas): arquivos fonte de programas em QBasic, incluídos principalmente como exemplos de programação em QBasic. Gorilla e Nibbles são jogos e Money é um utilitário simples para controle de finanças pessoais. A não ser que você os use, não há razão para mantê-lo no disco.

*.Hlp (Doshelp.Hlp, Edit.Hlp e Qbasic.Hlp): arquivos texto contendo informações utilizadas pelos respectivos sistemas de ajuda. O primeiro corresponde ao comando "help", uma ajuda singela, mas eficaz, que pode ser obtida da própria linha de comando. O segundo é o help do editor Edit.Com e o último do QBasic. Sem eles os respectivos sistemas de ajuda não funcionam. Se você não usa o comando "help" , o Edit ou o QBasic (ou se usa mas acredita que não precisa de ajuda), pode remover o arquivo .Hlp correspondente.

*.Txt (Appnotes.Txt e Readme.Txt): arquivos texto para serem consultados pelo usuário. O primeiro traz informações sobre possíveis incompatibilidades entre velhos aplicativos (e algumas placas controladoras) e o DOS 5.0. O segundo é um longo arquivo texto com preciosas informações sobre o MS-DOS 5.0 que discute possíveis problemas com programas, placas, drivers e outras questões importantes. Talvez seja necessário consultá-los eventualmente. Mas não é imprescindível que permaneçam no HD: uma cópia em disquete é suficiente para uma eventual consulta.

Graphics.Pro: arquivo contendo o "perfil" das diversas impressoras que podem ser usadas com o residente Graphics.Com. Se usa o Graphics.Com, é imprescindível mantê-lo. Senão, pode removê-lo.

Keyboard.Sys: apesar da extensão .Sys, é um arquivo auxiliar com informações utilizadas pelo residente Keyboard.Com. Se usa o Keyboard.Com, mantenha-o. Se não, pode removê-lo.

Packing.Lst: arquivo texto com a lista dos arquivos contidos nos discos originais do MS-DOS e sua localização. Se um dos arquivos de seu diretório for corrompido, consulte-o para saber onde está o arquivo original compactado. Mas isto pode ser feito de uma cópia em disquete, portanto não há razão para mantê-lo no HD. Se precisa de espaço no HD, copie-o para um disquete e remova-o.

Vamos ver agora os drivers e programas auxiliares.

B. Piropo