Escritos
B. Piropo
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10/02/1997

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Hoje é carnaval. E eu estou mais é a fim de me divertir. Mas não sou muito chegado a baticum, já passei da idade de correr atrás de bloco e os bailes de carnaval já não são mais como antigamente (ou eu é que não sou mais como antigamente, mas não é o caso de discutirmos isto agora). Então, levando em consideração que isto aqui é uma coluna de informática e que cada um se diverte como gosta, vamos encontrar um jeito de nos divertirmos com a informática. O que, decididamente, não é impossível.

Na verdade minha tarefa foi facilitada pela "PC Computing" deste mês, que lista alguns sítios onde se misturam informática e humor. Seguindo o roteiro, passei pelo Bastard Operator from Hell (http://www.emap.com/nww/bofh.htm), no sítio da inglesa Emap Computing's Online Media Centre, embebido num humor exageradamente britânico (sugiro a leitura de "The funny side of virus infection", na página "The War..."). Visitei a Cybernurse (http://www.columbia.edu/~jd23/cybernurse.html), uma página que há muito não é atualizada mas onde há uma ou outra coisa interessante, porém com um humor americano demais para meu gosto. Dei uma volta na Nicole's Humor Page (http://www.webweaver.net/nicole/humor), uma página mantida por uma simpática senhorita (mas não se assanhem que a moça é noiva) onde se encontram causos engraçados, envolvendo ou não computadores. E passei ainda na Spam (http://www.lumasoft.com/spam/), onde só há coisa ligada à informática (se você é ou foi programador, sugiro veementemente a leitura do "Epic of a Real Programmer", na página Spam!Lore). Mas foi garimpando na Scott's Page o'Computer Illiteracy (http://www.geocities.com/SiliconValley/8888/) que encontrei as pepitas mais valiosas, como a história do rapaz que ajustou a cor do texto para preto logo após ter ajustado a cor do fundo também para preto e não entendia por que de repente seu monitor parou de funcionar, mostrando apenas uma tela preta. Ou a do suporte técnico que solicitou ao cliente o envio de uma cópia de seus disquetes de instalação para verificar o que havia de errado com eles e recebeu uma carta com a xerox dos disquetes. Ou ainda a do usuário que, após ser informado de que o software que verificava a senha diferenciava letras maiúsculas de minúsculas, ao ser solicitado para digitar um zero, perguntou aflito: "Devo digitar um zero maiúsculo ou minúsculo?". Sem comentários.

A visita foi tão interessante que decidi compartilhar com vocês alguns diálogos entre suporte (S) e clientes (C). Começando com dois causos de máquinas rebeldes:

C: - Meu computador não mostra imagem na tela nem acende as luzes do painel.

S: - Está ligado na tomada?

C: - Um momento, vou pegar uma lanterna para verificar.

S: - Mas por que o senhor precisa de uma lanterna para fazer isto?

C: - Porque aqui está faltando luz...

A outra:

C: - Meu computador não funciona.

S: - A tela acende?

C: - Sim, mas quando digito os comandos eles não aparecem nela.

S: - Por favor, olhe para seu teclado e me diga que luzes estão acesas.

Depois de algum tempo:

C: - Além desta aqui do meu quarto, só a luz do corredor e a do hall lá de baixo.

Depois, dificuldades para instalar um programa:

S: - Coloque o disco número um no drive A e tecle S, E, T, U e P e ENTER.

C: - Não dá, eu não alcanço a tecla ENTER.

S: - Como não alcança? É uma tecla maior que as outras, do lado direito do teclado.

C: - Eu sei, mas não alcanço. Só se eu soltar uma das outras...

Mas para vocês não pensarem que o suporte nunca ajuda, vai aí a última historinha:

C: - Quando ligo meu computador, sai fumaça da fonte de alimentação.

S: - Aqui somente fornecemos suporte para software. O senhor tem um sério problema de hardware. Desligue sua máquina e chame um técnico imediatamente.

C: - Bobagem! Eu tenho certeza que isto pode ser resolvido por software. Talvez um comando no Autoexec.Bat ou no Config.Sys. Só preciso que você me diga qual é o comando.

E por mais que se tentasse convencê-lo do contrário, ele continuava insistindo. Para se ver livre do chato insuportável, o suporte acabou apelando:

S: - Bem, na verdade eu não estou autorizado a lhe dizer isto, mas como seu problema é realmente sério vou abrir uma exceção. Algumas versões do DOS aceitam um comando não documentado que pode resolver seu problema. Se quiser tentar, basta acrescentar ao seu Config.Sys uma linha contendo "C:\DOS\NOSMOKE" e dar novo boot.

Depois de alguns minutos:

C: - Eu tentei, mas não deu certo.

S: - Bem, nesse caso a única solução é o senhor solicitar uma versão atualizada do Nosmoke a quem lhe vendeu o sistema operacional.

Isto, presumiu ele, o deixaria livre do chato de uma vez por todas. Para sua surpresa, no entanto, algumas horas mais tarde o mesmo cliente volta a ligar, desta vez para informar que o problema havia sido resolvido e agradecer a ajuda. Intrigadíssimo, sem entender como isto seria possível, o suporte não resistiu à curiosidade e arriscou-se a perguntar qual havia sido a solução. Disse o cliente:

- Ah, depois de alguma discussão eles acabaram por concluir que minha fonte de alimentação não é compatível com o Nosmoke e recomendaram trocá-la por uma mais moderna

B. Piropo