Escritos
B. Piropo
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07/04/1997

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O problema com os arquivos de inicialização, como com quase tudo na vida, é o abuso. Depois que os descobriram, os desenvolvedores de aplicativos Windows não somente adotaram a prática de criar um arquivo Ini para quase todos os programas, incluindo aqueles joguinhos bobinhos que só se joga uma vez, como também passaram a incluir seções e linhas adicionais nos arquivos de inicialização do próprio Windows, os Win.Ini e System.Ini.

Em princípio, isto nada tinha de errado. Afinal os arquivos de inicialização foram concebidos exatamente para este fim e tudo funcionaria perfeitamente em um sistema no qual o usuário se limitasse a eventualmente adicionar um ou outro aplicativo e jamais removesse os programas antigos ou efetuasse uma atualização de versão. Acontece que uma máquina assim não existe. Na minha, na sua e na de qualquer micreiro que se preze, é um reboliço, um entra e sai de programas, um troca-troca de versões que não dá para controlar. Se tudo isto fosse feito disciplinadamente e cada programa, ao partir, desfizesse as alterações que fez quando se aboletou na máquina, tudo bem. Mas, se bem que estejam se tornando mais comuns, ainda são raros os programas bem comportados que trazem uma rotina de desinstalação para pôr a casa em ordem, do jeito que foi encontrada quando se instalou. Em conseqüência, os arquivos Ini vão proliferando sem controle. Como sem controle proliferam linhas e seções inteiras adicionadas aos arquivos Win.Ini e System.Ini, inúteis depois que os programas que as criaram foram removidos.

O resultado é o pior possível. Primeiro, porque alguns destes arquivos Ini que se acumulam no diretório Windows adotam nomes que muitas vezes nada têm a ver com os programas que os criaram, o que gera o natural receio de removê-los, já que por não saber a quem pertencem sempre há o risco de deitar a perder algo importante para o funcionamento de um aplicativo qualquer ou do próprio Windows. Depois porque cada linha inútil nos arquivos de inicialização de Windows provoca um pequeno atraso no tempo de carga do sistema. E arquivos Ini imensos, pejados de linhas inúteis, trazem como conseqüência uma aparentemente infindável espera pela carga de Windows.

A Microsoft começou a mostrar que se preocupava com o problema a partir de Windows 3.1, já que com a disseminação do compartilhamento de informações entre aplicativos através da vinculação dinâmica (DDE) e ligação e incorporação de objetos (OLE) era imprescindível que os parâmetros de configuração dos programas fossem gerenciados de forma, digamos, mais profissional. E criou um banco de dados no qual cada aplicativo poderia registrar as informações sobre sua configuração que desejasse compartilhar com o sistema e com outros programas. Este banco de dados era armazenado em um arquivo denominado Reg.Dat criado no diretório Windows. Para acabar com a bagunça, o arquivo Reg.Dat não adotou o formato texto puro, no qual qualquer um pode meter o bedelho, mas sim o formato binário, onde as informações são codificadas. Porém, para permitir que os usuários que soubiam o que estavam fazendo alterassem o banco de dados, permitiu que o arquivo Reg.Dat fosse editado com um programa específico para este fim, o "Editor de Registro", ou Regedit.Exe (que não é instalado juntamente com Windows para evitar que curiosos mexam onde não devem, mas que mora no diretório Windows e pode ser usado por qualquer um que esteja disposto a tal).

Isto pôs alguma ordem na casa. E, sobretudo, mostrou que as informações de configuração poderiam ser manejadas de forma muito mais racional. Uma grande ajuda para a turma da Microsoft que naquela época estava empenhada no desenvolvimento de Windows 95.

PS1: Amanhã, dia 8 às 19hs, como toda segunda terça-feira do mês, haverá reunião do Grupo de Usuários do OS/2 no RDC da PUC, na Rua Marquês de S. Vicente, na Gávea. Vá e ouça um webmaster contar como é fácil administrar um provedor usando o OS/2.

PS2: Tenho recebido mensagens aflitas de leitores contando que não mais conseguem acessar minha página pessoal na Internet. Isto é uma conseqüência da mudança do servidor que a hospeda. Para evitar que este problema volte a ocorrer no futuro, adicione manualmente a seus bookmarks (e não usando a função "add to bookmark" do paginador após conectado à página) um dos endereços: [http://www.pobox.com/~bpiropo/] ou [http://bpiropo.home.ml.org/]. Ambos são redirecionadores, e se a página mudar novamente de servidor, eles o levarão até ela sem necessidade de nenhuma alteração.

B. Piropo