Escritos
B. Piropo
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12/01/1998

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Vocês encontrarão alhures, nesta edição, um artigo deste vosso criado ensinando o caminho das pedras para instalar o OSR2, a nova versão de Windows 95, sobre uma versão anterior, mantendo todos os aplicativos e as configurações vigentes - algo que, a depender da vontade da MS, seria impossível. Como este era, talvez, o principal empecilho para que a maioria dos usuários instalasse o OSR2, a divulgação da maneira de contornar o problema fará com que muita gente venha novamente a sopesar a possibilidade de efetuar a atualização. O que enseja trazer mais uma vez à baila a discussão das características do OSR2 e da conveniência ou não de instalá-lo.

Mas, afinal, o que é o OSR2? Segundo a palavra oficial da MS, em um artigo encontrado em [http://premium.microsoft.com/support/kb/articles/q155/0/03.asp], aquilo que se passou a conhecer não oficialmente como OSR2 é o OEM Service Release 2, ou versão 950b de Windows 95. Uma versão atualizada desenvolvida especialmente para ser instalada em micros novos por seus fabricantes (ou OEM, Original Equipment Manufacturers, no jargão da MS). Ainda segundo a MS: "O produto é Windows 95. Ele traz suporte para alguns novos dispositivos de hardware e programas, mas em seu núcleo é o próprio Windows 95. O objetivo é permitir aos fabricantes (OEMs) instalarem um Windows 95 integrado, contendo as atualizações individuais mais recentes e suportando os mais avançados dispositivos de hardware que exigem suporte do sistema operacional". Trocando em miúdos: trata-se de uma versão que incorporou todas as atualizações e "remendos" (patches) liberados desde o lançamento da versão original, em agosto de 95 (o que inclui o chamado SR1, ou Service Release 1, e todos os demais patches avulsos, liberados posteriormente pela MS) e suporte aos novos dispositivos e padrões de hardware e software desenvolvidos após o lançamento de Windows 95.

No que toca aos novos dispositivos, as novidades mais importantes são o suporte nativo aos drives da Iomega (Jaz e Zip), ao novo padrão de gerenciamento automático de energia (APM 1.2, incluindo a função "wake on ring", que "acorda" o sistema quando o telefone toca), à versão mais moderna do padrão PC Card (antigo PCMCIA), às redes por infravermelho e ao novo padrão IDE com controle do barramento ("busmastering"), entre outros. Além disto, se instalados os devidos patches (já incluídos no chamado OSR2.1), o OSR2 suporta ainda os padrões USB (Universal Serial Bus) e AGP (Accelerated Graphics Port), ambos já discutidos aqui na Trilha e não suportados pelas versões anteriores nem na base do remendo. Já no que toca a software, o OSR2 traz o novo ScanDisk com lançamento automático, que inspeciona os discos rígidos a cada boot, suporte nativo ao DirectX e Active Movie, ao padrão Unimodem V e ao novo DriveSpace 3 para compressão de discos. Mas talvez a novidade mais importante seja o novo sistema de arquivos FAT 32, que suporta drives de maior capacidade e reduz o desperdício de espaço em disco. No entanto é importante observar que o OSR2 ainda aceita a velha FAT 16 e admite o convívio harmonioso no mesmo micro de diferentes drives ou partições usando distintos sistemas de arquivos (a bem da verdade, se efetuada a atualização de uma versão anterior sem reformatar o drive, o OSR2 será instalado usando a velha FAT16).

Mas, em suma, vale a pena atualizar? Se você tem um problema em seu Windows 95 que persistiu após a instalação do SR1 e dos demais patches disponíveis e acredita que a atualização vai resolvê-lo, a resposta é um singelo e sonoro não. Na verdade, não existe absolutamente nenhuma rotina de correção de bugs no OSR2 que não tenha sido implementada anteriormente seja no SR1, seja em um dos patches avulsos. Já se você tem um dos novos dispositivos suportados apenas pelo OSR2 ou um disco de capacidade superior a 2Gb e quer apelar para a FAT 32 para particioná-lo em uma única unidade lógica, a atualização é imprescindível (não se esqueça, no entanto, que a simples instalação não implementa a FAT 32, sendo necessário posteriormente alterar o tamanho da partição e efetuar a conversão de FAT 16 para FAT 32).

E no que toca à estabilidade do sistema, algum avanço? Consta que sim. Sobretudo para quem usa o Internet Explorer 4.x. De fato, eu perpetrei a atualização nesta máquina que vos fala há alguns dias e instalei o IE 4.1 sobre o OSR2. Ao que parece, alguns problemas foram resolvidos, principalmente a irritante mensagem de "erro no script" toda vez que eu tentava a simples abertura de um folder. Houve, é claro, uma tentativa desastrosa de dar boot com a versão anterior do DOS que me obrigou a reinstalar o OSR2, mas este foi um caso típico de "falha nossa".

Por outro lado, é verdade que em menos de uma semana de OSR2 esta pobre máquina já travou duas vezes, ambas ao desconectar da Internet, o que me fez perder um bocado de trabalho.

Mas isto faz parte do jogo. Afinal, se não fossem estas coisas, onde estaria a graça da informática?

B. Piropo