Escritos
B. Piropo
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23/11/1998

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Semana passada o contador de minha página pessoal em [http://www.bpiropo.com.br] registrou o qüinquagésimo milésimo acesso. Eu sei que isso não corresponde a 50 mil visitantes, já que cada vez que se retorna à página principal o contador registra um novo acesso (na verdade, para os amantes da exação, se a proporção entre acessos registrados no contador e visitantes efetivamente arrolados pela Showstat nos últimos dois meses é válida para todo o período, o número real de visitantes se aproximou dos 30 mil). Mas mesmo assim, para uma página que não tem mulher pelada e cuja única finalidade é prestar um serviço público gratuito fornecendo informações técnicas sobre computadores, 50 mil acessos em cerca de dois anos é um feito e tanto. Especialmente se levarmos em conta que, como é natural, na medida que a página vai se tornando mais conhecida e os visitantes passam a contar com ela como fonte estável de informações técnicas, aumenta paulatinamente o número de acessos mensais (só nos últimos dois meses foram mais de 12 mil acessos e perto de 6,5 mil visitantes registrados pela Showstat). Para uma página desenvolvida e mantida exclusivamente por esse vosso criado, por amor a arte, sem nenhum interesse comercial e sem patrocínio (embora, se aparecer algum que ajude pelo menos a cobrir os custos de desenvolvimento, será muitíssimo bem-vindo), é um feito e tanto. Comemoremos, pois.

Há alguns anos, aqui mesmo na Trilha Zero, eu falei do Prof. António M. Rodrigues da Silva. Na verdade, se hoje existe um B.Piropo, boa parte da culpa cabe a ele, o excelente mestre de meu primeiro curso de montagem, em uma época em que não tinha disso aqui no Rio e havia que ir à São Paulo para se enfronhar nos mistérios do micro. Já lá se vão mais de dez anos. De lá para cá António massificou: decidiu abraçar a educação à distância e passou a editar livros didáticos e técnicos sobre computadores, assunto que conhece como ninguém. E adotou uma estratégia interessante: como percebeu que o leitor médio gosta de ler pouco, escreve livros pequenos. E como há no Brasil 22 mil bancas de jornais e apenas 500 livrarias, voltou sua estratégia de vendas principalmente para bancas. Resultado: quando editava três a quatro títulos mensais, chegou a vender 30 mil livros a cada mês. Além de transformar o velho curso no moderno Instituto Tecnológico Compudata, criou a Z.A. Editora e passou a editar seus próprios livros, que oferece em consignação a bancas, livrarias, infostores, papelarias - em suma, qualquer ponto onde um livro possa ser vendido.

São dezenas de títulos, grupados em coleções. Os mais recentes: "PageMaker 6.5" e "Photoshop 4" (da coleção "Curso de Desktop Publishing") e "Access 97" (da coleção "Curso de Microinformática") já estão nas bancas. Pequeninos, concisos, resumidos e diretos. Nenhum tratado, evidentemente. Mas para os primeiros passos em qualquer desses programas, são o suficiente. Há outras coleções com livros sobre hardware, montagem e configuração de micros, todos no mesmo estilo: pequenos e baratos (os preços estão na faixa dos dez a quinze reais). Além do "PCToolkit", um livreto acompanhado de um CD-ROM com uma impressionante coleção de utilitários freeware e shareware para diagnosticar e reparar problemas em micros da linha PC. Tem de tudo, evidentemente, incluindo um mundo de programas obsoletos para manutenção de 386 e 486, mas custa só vinte pratas e se você souber garimpar, vai achar um bocado de coisa boa. Se não encontrar o material da ZA nas bancas (ou se é livreiro e deseja recebê-lo em consignação), entre em contato com eles via Internet em [http://www.za.com.br] ou por correio eletrônico em [[email protected]].

Uma curiosidade: na carta que o António me enviou juntamente com o material, ele informa que é meu leitor regular. Pois não me deu aquele curso? Então, bem feito!

P.S.: Se você achou a coluna de hoje um pouco acima da média, é fácil explicar a razão: ela não foi escrita naquilo que se pode chamar de meu "estado normal", seja lá o que isso venha a significar. Na verdade, ela foi editada com a mente ainda um tanto embotada por uma maldita virose que me derrubou na cama. Para que vocês possam avaliar o estado de prostração a que fui levado por ela, a atividade intelectual mais instigante que me foi permitida nesta última semana era ver televisão. O que, por ter sido praticada cerca de dez horas por dia, quase me levou à catatonia aguda, próxima de um estado de debilidade mental irreversível do qual (espero) escapei por pouco. Desde que um computador aportou pela primeira vez em minha mesa de trabalho nos albores da década passada, não me lembro de outra ocasião em que eu tenha passado tantos dias sem ligá-lo. Esta observação consta aqui não (apenas) para que vocês se compadeçam deste pobre escrivinhador e perdoem qualquer possível deslize, mas sobretudo para informar a quem me enviou alguma mensagem de correio eletrônico nos últimos dias que 1) no momento em que digito estas mal traçadas, sua mensagem ainda não foi lida posto que preciso, antes, escrever esta coluna; e 2) garanto que ela ainda será lida, mas muito provavelmente não será respondida, já que considerando o volume médio de meu correio eletrônico, o número de mensagens acumuladas deve passar muito de quinhentas e levando em conta a quantidade de outras obrigações não cumpridas que estão aguardando a vez, dificilmente eu arranjarei tempo para pôr a coisa em dia. Portanto, se você escreveu e não obteve resposta, desculpe este vosso amigo que o motivo foi justo, seja um pouco paciente, aguarde alguns dias e mande novamente sua mensagem que eu tentarei respondê-la se não me faltar tempo e saúde.

B. Piropo