Escritos
B. Piropo
Anteriores:
< Trilha Zero >
Volte de onde veio
08/02/1999

< Tesouros Escondidos VI: >
< Uma Mina de Ouro >


Esta sexta coluna dos Tesouros Escondidos me trouxe a uma encruzilhada. Explico: tenho recebido uma respeitável quantidade de mensagens de correio eletrônico elogiando a série. A maioria delas, inclusive, sem esconder um velado tom de censura pelo fato de nos últimos meses eu haver abandonado os assuntos técnicos, desperdiçando espaço com conversa jogada fora. Por outro lado, percebo que se eu quiser continuar trazendo à luz os tesouros escondidos nas entranhas de Windows 98 teremos ainda um longo caminho a percorrer. Porque o MSInfo32, nosso tema único até agora, é apenas a parte emersa do iceberg. Mas prosseguir neste ritmo implicaria continuar a série Deus sabe por quantas semanas. Um negócio que acabaria por incomodar os leitores que acham o tema insípido ou cansativo. Em contrapartida, acelerá-lo poderia despertar a ira dos que estão apreciando a série. Honestamente, neste ponto ainda não me decidi sobre o que fazer. Vamos, então, inaugurar a fase interativa da Trilha Zero. Pergunto: o que fazer? Manter o ritmo e correr o risco de tornar-me (ainda mais) chato? Apressá-lo e deixar de lado preciosas informações? Adotar um meio-termo (a hipótese, aliás, pela qual eu mais me inclino no momento), detendo-me somente nos utilitários mais importantes e apenas mencionando os demais? Aguardo suas opiniões via correio eletrônico sobre a série em si mesma e sobre seus rumos. Só vos peço uma caridade: não esperem respostas individuais. Muito provavelmente não terei tempo para elas. Mas prometo ler integralmente e com atenção cada mensagem recebida.

Neste ponto cabe, inclusive, uma divagação: por que razão tantos utilitários importantes são tão cuidadosamente ocultos das vistas dos usuários? Será que a MS se envergonha deles? Se são tão úteis e interessantes, como de fato são, porque não alardear sua existência? A meu ver a resposta está em um paradoxo inerente ao próprio paradigma da interface gráfica. Porque a grande meta de Windows e de todos os sistemas que usam esse tipo de interface é simplificar as coisas para o usuário. Mas acontece que no cerne da questão está um sistema operacional capaz de controlar o funcionamento de uma máquina diabolicamente complicada ligada a uma parafernália de periféricos, adereços e penduricalhos que não se entendem entre si e mal se entendem com o micro, com base em padrões mais escorregadios que pau de sebo. Se você considerar que tudo isso evolui com uma rapidez vertiginosa, certamente não poderá conter seu espanto diante do simples fato da coisa funcionar. Pois as interações são de uma absurda complexidade. Mas isso não pode transparecer, pois a idéia é que seja simples. Ora, a única maneira de fazer uma coisa intrinsecamente complexa parecer simples é esconder as complexidades sob uma capa de aparente singeleza. O resultado não poderia ser outro. Ficando apenas nas ferramentas que já examinamos: para fazer um usuário comum entender para que serve o Verificador de Registro, é preciso que ele entenda o que é o Registro. Nenhum bicho de sete cabeças, evidentemente. Mas certamente um conceito que abriga alguma complexidade. Como a MS não quer que as complexidades apareçam, esconde o Registro. E por via de conseqüência esconde o Verificador de Registro, o Editor de Registro e todas a ferramentas que lidam com o Registro. A idéia é mais ou menos essa. Se é boa, não sei. Na verdade, tenho sérias dúvidas. Mas é assim que funciona.

Porém, abandonando os circunlóquios e voltando ao assunto: se o MSInfo32 não é o único manancial de tesouros do Windows 98, onde se esconderiam os demais? A resposta é simples: no CD-ROM de instalação. Nele ainda se ocultam dezenas de ferramentas preciosas, inclusive alguns utilitários formidáveis que não são instalados durante o processo de instalação padrão de Windows 98. Na verdade, nem ao menos é fornecida a opção de instalá-los e se você desejar usá-los, terá que descobrir onde eles se abrigam e providenciar a instalação individual. Mas não se apoquente: estamos aqui para isso mesmo. E informo: para quem gosta de utilitários, o disco de instalação de Windows 98 é uma mina de ouro.

Faça o seguinte: coloque o CD-ROM de instalação de Windows 98 no drive respectivo e quando o programa de instalação for executado, clique em "Examinar este CD" (se o programa não for executado porque a função Autorun de seu drive de CD-ROM está desabilitada, basta abrir o objeto Meu Computador e executar um clique duplo sobre o ícone do drive). Repare: o CD contém cinco pastas. Uma delas chama-se "Tools". Ela é o mapa da mina. É nela que estão escondidos nossos tesouros.

Se quiser, pode abri-la sem medo e examinar seu conteúdo. Mate sua curiosidade. Abra as pastas que ela contém e investigue-as: se você não instalar nada nem acionar nenhum dos arquivos executáveis, não fará mal algum ao seu micro. E tenha um pouco de paciência: já na semana que vem começaremos a explorá-la juntos. Mas não se esqueça: a rapidez ou o vagar com que o faremos, depende de você. Manifeste-se. Aguardo-o em [email protected] ou na seção Correio de minha página pessoal, em [www.bpiropo.com.br].

B. Piropo