Micro Cosmo
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26/06/95

< Modificando o Comando Format >


Semana passada aprendemos o que são parâmetros e modificadores de um comando. Hoje veremos aqueles que são aceitos pelo comando FORMAT.

Parâmetro, o comando FORMAT aceita só um. E não há muito o que dizer sobre ele, exceto que a partir da versão 5.0 tornou-se obrigatório por questões de segurança: trata-se, como sabemos, do designador (ou “letra”) do drive onde está o disco a ser formatado. Que pode ser um drive de discos flexíveis ou um disco rígido. A única diferença é que, nesse último caso, o sistema avisa que todos os dados porventura existentes no disco serão perdidos e solicita permissão para continuar.

Já modificadores, FORMAT aceita diversos. Pois então vamos a eles.

Começando pelo comportamento default: se você simplesmente digitar o comando sem nenhum modificador, ele executa a chamada “formatação segura”, que limpa a FAT e o diretório raiz e verifica a existência de setores com defeito sem sobrescrevê- los, permitindo a recuperação dos dados (por isso é chamada de “segura”).

Tudo isso pode ser alterado com o uso de modificadores. Vejamos primeiro o “/U”, inicial de “unconditional”, que significa “incondicional”. Seu efeito é uma formatação à moda antiga, daquelas que, além de “limpar” o diretório raiz e a FAT, sobrescreve todos os dados em busca de setores com defeito. O que deita a perder tudo o que o disco continha: não dá para recuperar nem com reza braba. Portanto, somente use o modificador “/U” em duas situações: quando se tratar da primeira formatação de um disquete (para evitar que o sistema perca um tempo medonho tentando preservar as informações de uma formatação anterior inexistente) ou quando no disquete havia dados confidenciais que você deseja deliberadamente destruir para sempre. Uma terceira possibilidade seria a suspeita de que surgiram novos setores defeituosos além dos marcados durante a primeira formatação, já que a formatação incondicional testa cada setor - mas para isso há o modificador “/C”, que veremos adiante.

O modificador “/Q”, inicial de “quick”, ou “rápido”, faz exatamente o oposto: formata sem alterar os dados. Na verdade, a única coisa que ele faz é “limpar” o diretório raiz e a FAT e preservar as informações ali contidas, de modo a poder recuperá-las se você assim o desejar. Por isso é tão rápido: nem se dá ao trabalho de verificar se ha setores com defeito, mantendo marcados os detectados na formatação original. Mas se você quiser uma formatação rápida mesmo, combine os dois modificadores (sim, isso é possível) comandando “FORMAT A: /U /Q”: o sistema “limpa” a FAT e o diretório raiz sem nem sequer perder tempo preservando suas informações.

O modificador “/C” serve para obrigar o sistema a testar setores com defeito seja qual for o tipo de formatação. Se você desconfia que surgiram novos setores defeituosos no disquete e deseja uma formatação rápida, comande “FORMAT A: /Q /C” para forçar a verificação de defeitos (um aviso: pelo menos é isso o que consta da literatura técnica e do arquivo de ajuda do DOS; ocorre que eu testei o modificador “/Q” combinado e não combinado com o “/C” e não notei diferença alguma - portanto, se você quer mesmo ter certeza que os setores são verificados, use o modificador “/U”).

Em uma das colunas anteriores eu mencionei que, durante a formatação, o sistema solicita um nome para o disco. Esse nome pode ter até onze caracteres e serve, naturalmente, para identificar o disco - tanto que é a primeira coisa que aparece quando se executa o comando DIR (mais um bit de cultura inútil: o sistema armazena o nome do disco em uma das entradas do diretório raiz). Pois se você quiser, pode entrar com o nome do disco diretamente na linha do comando FORMAT: basta usar o modificador “/V” seguido de dois-pontos e do nome desejado. Por exemplo: vamos supor que você pretenda formatar um disco e dar-lhe o nome de CAIXA-UM (o que é possível: tem menos de onze caracteres e o hífen é aceito; na verdade, se você digitar o nome entre aspas, até espaços são aceitos). Pois então basta digitar o comando “FORMAT A: /V:CAIXA-UM” (sem esquecer do “dois-pontos” entre o modificador e o nome). A mágica parece um tanto besta, já que se você não usasse o modificador “/V” o sistema solicitaria o nome do disco e você poderia então digitá-lo. O que é verdade e faz sentido quando se quer formatar um único disco (ou diversos, com nomes diferentes). Mas para formatar, digamos, dez discos, todos com o mesmo nome, prefira o modificador “/V”: o sistema não solicita o nome do disco (pois usa o que você entrou com o modificador) e ao terminar a formatação pergunta se você deseja formatar outro disco. Troque o disco e responda que sim. Faça isso tantas vezes quiser, e todos os discos assim formatados receberão o mesmo nome.

E para encerrar esta coluna, vejamos o modificador “/S”, inicial de “sistema”. Que serve para transferir para o disco os arquivos “de sistema”, ou seja, os arquivos que constituem o sistema operacional. Esses arquivos, como sabemos, são carregados para a memória durante o boot (você se lembra de quando discutimos o setor de boot, pois não?) e para isso é preciso que existam em disco. Mas não em todos os discos: basta existirem nos usados para inicializar o micro. Pois bem: o modificador “/S” serve justamente para copiar os arquivos do sistema operacional para o disco que está sendo formatado, permitindo que ele seja usado para inicializar o computador (ou “dar o boot”). Por isso discos formatados com esse modificador chamam-se “discos de boot”.

Pronto. Agora faltam apenas os modificadores usados para especificar o tipo do disco. Mas, para entendê-los, precisamos antes discutir os diferentes tipos de disquete.

O que faremos semana que vem.

B. Piropo