Micro Cosmo
Volte
25/09/95

< Fdisk >


Hoje discutiremos, afinal, o programa usado para particionar discos rígidos. Mas, como sabemos, essa história de particionamento existe justamente para que se possa usar sistemas operacionais diferentes em um mesmo micro. E “programa” é o tipo da coisa que depende do sistema operacional.

E é assim mesmo: cada sistema operacional usa um programa diferente para particionar discos. O do OS/2, por exemplo, chama-se Fdisk. E faz o que todo programa decente de particionamento deveria fazer: permite criar até quatro partições primárias ou até três primárias e uma estendida. Mas o OS/2, apesar de excelente, é um sistema operacional pouco usado. Assim como o Windows NT (cujo programa de particionamento é igualmente flexível). Portanto é mais que provável que sua máquina use um dentre dois sistemas operacionais: o velho DOS ou o novo Windows 95. Que usam o mesmo programa de particionamento (também chamado Fdisk, mas muitíssimo mais limitado que o do OS/2). E que, por ser o mais comum, será o que discutiremos.

O Fdisk do DOS e do Windows 95 não permite criar mais de uma partição primária (ou seja, não permite que o DOS coexista com outro sistema operacional; se você pretende usar o DOS juntamente com o OS/2 ou Windows NT na mesma máquina, deverá particionar seu disco rígido com o programa de particionamento do OS/2 ou do Windows NT para poder criar uma partição primária para cada sistema). Assim, o Fdisk do DOS ou Windows 95 só admite duas possibilidades: ou uma única partição (que será obrigatoriamente primária e, no caso do primeiro disco rígido, assumirá o designador C) ou duas partições, uma primária e a outra estendida (que poderá ser subdividida em até 23 unidades lógicas que se comportam como drives independentes).

O Fdisk é um programa como outro qualquer, fornecido com o sistema operacional, e pode ser executado digitando-se FDISK seguido de ENTER diretamente do prompt da linha de comando. Mas eu sugiro enfaticamente que você NÃO o faça. Rodar o Fdisk sem ter absoluta segurança do que está fazendo é a forma mais garantida de deitar a perder todo o conteúdo de um disco rígido, portanto NÃO rode o programa só para ver o que acontece. E se o fizer, lembre-se que eu avisei e, depois da cangancha feita, poupe D. Eulina que é uma santa senhora cujo único deslize foi ter um filho como eu.

Caso, como é provável, você faça ouvidos de mercador e se arrisque, depois do ENTER aparece uma tela que informa que você está rodando o Fdisk e qual a unidade de disco atual (ou seja, que disco rígido será afetado pelo programa; sempre aparece o disco 1, mas se houver mais de um disco rígido na máquina o programa oferece a opção de mudar a unidade atual). Além disso, surgem quatro opções. Se sua curiosidade o trouxe até essa tela, um aviso: a única opção segura é a 4, que nada mais faz além de exibir as informações sobre a maneira pela qual o disco está particionado. Qualquer outra será executada por sua conta e risco.

Porque as demais são destrutivas, ou seja, deitam a perder os dados gravados na partição afetada. Elas servem para criar novas partições (ou unidades lógicas na partição estendida), tornar uma partição ativa, ou eliminar uma partição (ou unidade lógica). Elas SOMENTE devem ser usadas caso você tenha acabado de instalar o disco rígido ou pretenda alterar o particionamento de um disco existente - cujos dados serão perdidos, portanto esteja seguro que eles podem ser descartados. Nesse caso (desde que você tenha certeza que a unidade de disco atual é de fato o disco sobre o qual você pretende atuar) por mais que você faça bobagens o prejuízo é nenhum, já que não há dados importantes correndo risco. Basta então escolher a opção certa (no caso de disco novo a opção 1) e responder às perguntas que o sistema fará. Na maioria das vezes a opção default (você ainda lembra o que é “default”, pois não?) é satisfatória.

Pois é isso. No mais, uma informação cujo alcance escapa muito do nosso nível de conhecimento, mas que pode ser tão útil que não posso me furtar de fornecê-la. Provavelmente você sabe o que é um virus (se não sabe, garanto que pelo menos já ouviu falar deles). Pois bem: há virus que corrompem justamente o setor mestre de boot. E, como sabemos, nesse setor estão gravadas informações essenciais para o funcionamento do micro. Pois bem: caso um dia sua máquina venha a ser infectada por um desses virus, dê um boot de um disquete que você possa garantir que não está contaminado e que contenha a mesma versão do programa Fdisk com que foi particionado seu disco rígido. Depois, do prompt do drive A: digite apenas:

FDISK /MBR

seguido de ENTER. Isso fará o programa Fdisk reconstituir o setor mestre de boot sem alterar a tabela de partições, eliminando assim o virus. É claro que isso só funciona para virus que se alojem no setor mestre de boot (ou Boot Master Record, por isso o “MBR”), mas se for esse o caso, pode ser uma ajuda e tanto.

B. Piropo