Sítio do Piropo

B. Piropo

< CBN Informática >
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03/10/1994

<Briga dos Chips >


No começo, só quem fazia o microprocessador da linha PC era a Intel. Era o 8086. Depois vieram os 286, 386 e 486. E quando todos esperavam o 586, ela lançou o Pentium.

Não é estranho abandonar uma nomenclatura tão bem sucedida e de repente mudar completamente o jeitão do nome de seus chips?

Mas a coisa tem uma explicação.

Pois o negócio de fabricar chips é lucrativo. E logo começaram a surgir os clones, microprocessadores inteiramente compatíveis com os da Intel. Enquanto eram apenas compatíveis, como os V-20 e V-30 da NEC, a Intel nada podia fazer.

Mas quando a AMD e a Cyrix começaram a fazer clones de seus chips e batizá-los com o mesmo nome, a Intel chiou. E entrou na justiça alegando que 386 era uma marca registrada e ninguém mais poderia usar esse nome.

Pois deu-se mal. A justiça americana acabou por concluir que 386 era o número de identificação de uma peça, e portanto não poderia ser objeto de patente. A Intel perdeu e a Cyrix e a AMD continuaram a fabricar seus 386. Pior: partiram logo para os 486.

Por isso a Intel resolveu adotar um nome, e não mais um número, para batizar seus chips. E patenteá-lo, é claro. Daí o Pentium.

Mas o irônico é que a coisa não parou aí.

Pois agora é a Cyrix que luta na justiça para proibir a Texas Instrument de usar o microcódigo de seus chips, aos quais teve acesso enquanto as duas empresas mantinham um acordo industrial.

Parece que o feitiço voltou-se contra o feiticeiro.

B. Piropo