Sítio do Piropo

B. Piropo

< CBN Informática >
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22/01/1995

<Reserva>


Na era das trevas da informática, quando reinava soberana a reserva de mercado e éramos obrigados a usar XTs em plena era dos 386, quem se atrevesse a ser contra era taxado de inimigo da pátria.

O país vivia a idade do byte lascado em plenos anos 80. Mas a reserva de mercado, segundo seus defensores, era a salvação da informática nacional. Se acabasse seria o caos.

Pois ela acabou.

E o que aconteceu?

A Automática, a entidade empresarial, prevê para 95 um faturamento superior a seis bilhões de dólares para o setor, doze porcento maior que 94.

E 94 já foi, em média, 40% melhor que 93.

Cresceram todos. Fabricantes de hardware, desenvolvedores de software, revendas, distribuidores, tudo. E o crescimento não se limitou a representantes de empresas multinacionais. A DTS, desenvolvedora do editor de textos Carta Certa, talvez o símbolo dos programas nacionais, em 94 atingiu o dobro das vendas de 93. E prevê um crescimento de mais 50% em 95.

Parece, então, que o fim da reserva foi bom para o setor empresarial.

Os usuários , por sua vez, foram ainda mais beneficiados. Porque, além de ter acesso à tecnologia de ponta da informática, pagam, em média, preços 40% menores.

Portanto, a morte, em boa hora, da reserva de mercado acabou por beneficiar a todo mundo.

Cadê o caos previsto em tons tão sombrios pelos defensores daquela coisa iníqua, perversa e cartorial?.

B. Piropo