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B. Piropo

< Jornal Estado de Minas >
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03/04/2003

< Os primeiros Drives SATA >
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chegam às prateleiras
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Em 8 de agosto passado noticiei aqui mesmo nas páginas do Informátic@ o lançamento do padrão Serial ATA (SATA) no Intel Developer Forum (IDF) de San Jose, na Califórnia. Mencionei que se tratava de um novo padrão de interface para dispositivos de armazenamentos internos, como discos rígidos e drives de CD e DVD que, além de ser mais rápido, suporta maiores capacidades, é mais simples e logo será mais barato que o atual padrão ATA (acrônimo de AT Attachment). Mencionei que os principais fabricantes já haviam aderido e que em alguns meses seria possível encontrar os primeiros drives SATA no mercado (o artigo permanece disponível na seção “Escritos / Artigos no Estado de Minas / 2002” de meu sítio, em <www.bpiropo.com.br>).
Pois já se passaram alguns meses e a promessa tornou-se realidade. Na verdade, desde novembro último era possível encomendar via Internet os drives SATA Barracuda de 7200 RPM e capacidades de 80 Gb e 120 Gb fabricados pela Seagate. Mas somente na semana passada eles começaram a ser distribuídos para as tradicionais lojas de varejo de informática, notadamente as redes de “superstores” americanas.
Os preços sugeridos não são demasiadamente salgados: 159 dólares americanos para o modelo de 80 Gb e 199 dólares para o modelo de 120 Gb, cerca de dez dólares acima dos sugeridos para os drives ATA de mesma capacidade. Como as placas mãe com chipsets que suportam o padrão ainda são escassas (a ASUS lançou dois modelos, P4S8X com chipset SIS e A7V8X, e a MSI também dois, MS-6730 com chipset SIS e MS-6570G com chipset nVidia), se você pretende aninhar nas entranhas de seu micro essa nova maravilha da tecnologia moderna, precisará de uma controladora SATA para espetar em um slot PCI de sua placa-mãe e conectar o novo drive, o que lhe custará cerca de 50 dólares adicionais (preço de varejo no mercado americano). Mas provavelmente não se arrependerá.
O padrão SATA ainda está em sua versão 1.0 mas traz vantagens evidentes. A que se percebe primeiro é a simplicidade de instalação: os dispositivos SATA são “plug and play” e suportam “hot swapping” (ligação “à quente”, que permite conectar o dispositivo sem desligar o micro). Além disso não usam jumpers nem resistores de terminação, sua tensão de alimentação é de apenas 3V (o padrão ATA exige 5V), cada unidade se conecta diretamente à controladora, eliminando a hierarquia master/slave da interface ATA (o padrão permite conectar até 128 unidades à controladora) e alcançam capacidades muito maiores. A ligação com a controladora é feita através de um cabo com apenas quatro condutores: um par para transmissão, outro para recepção. Isso reduz sua largura para cerca de cinco milímetros, um décimo da largura do tradicional cabo chato de 80 vias usado pelo padrão ATA. Sendo mais fino e flexível, o cabo pode ser acomodado junto às laterais do gabinete, deixando livre o “miolo” para que o fluxo de ar da ventoinha do microprocessador dissipe o calor mais facilmente. Mas a principal vantagem do SATA é sua maior rapidez de transferência de dados: enquanto os modelos ATA mais rápidos atualmente disponíveis, os ATA 133, chegam a uma taxa máxima de transferência de 133 MBytes/seg, o padrão SATA 1.0 chega a 150 MBytes/seg e os responsáveis pelo desenvolvimento afirmam ser esse apenas o começo da linha (veja mais no sítio do consórcio responsável pelo padrão, em <http://www.serialata.org>).
Os drives SATA da Seagate foram os primeiros a chegar às prateleiras, mas não são os únicos disponíveis: a Maxtor já fornece seus DiamondMax Plus SATA através da Internet e muito em breve eles também chegarão às lojas. E a possibilidade de encontrar drives SATA no varejo é um passo importante para a disseminação do padrão. Que sem sombra de dúvida substituirá o ATA em um prazo relativamente curto. É esperar para ver....

B. Piropo