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B. Piropo

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09/03/2009

< Windows 7 Beta VII: Homegroups >


Impossível começar esta coluna sem me desculpar pela irregularidade com que esta série sobre Windows 7 vem sendo postada. Uma das razões, mas não a única, são os indispensáveis cuidados que tenho que tomar (e sucessivas verificações que tenho que fazer) ao discorrer sobre uma versão beta de um produto razoavelmente complexo sobre o qual a MS tem sido tão avara em suprir informações. De qualquer forma, como prometido, estamos chegando ao final da série e, após encerrá-la, se voltarmos ao assunto será para trazer informações novas ou discutir algum aspecto relevante que eventualmente não tenha sido abordado.
Desculpas pedidas, mãos à obra. Ou melhor: aos “homegroups”.
Como prometi no final da coluna anterior, nesta comentarei a integração das “libraries” com os “homegroups”. O que farei com pouco entusiasmo pois, como já disse alhures, não me agrada discorrer sobre tema que não domino, especialmente quando se trata de comentar recursos de programas ou sistemas operacionais que não testei pessoalmente. Mas neste caso abrirei uma exceção por duas razões. A primeira é que o assunto é importante e não pode deixar de ser mencionado em uma análise – ainda que superficial como esta – do Windows 7. A outra é que “homegroups” só podem ser formados se todas as máquinas do grupo estiverem rodando o Windows 7. E, por ser tratar de versão beta, eu só o tenho instalado em uma. Portanto o que vocês lerão abaixo é uma coletânea de informações obtidas em diversas fontes espalhadas pela rede.

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Figura 1: janela “Network and Sharing Center” do Windows 7.

A criação dos “homegroups” é parte da reformulação do “Centro de Redes e Compartilhamento” do Vista, ao que parece atendendo aos reclamos de alguns usuários que o achavam difícil de usar. O que, de certa forma, é natural, posto que até recentemente redes de micros eram usadas exclusivamente no mundo corporativo e o conceito de redes domésticas é relativamente recente. E tendo o último derivado do primeiro, como seria de esperar herdou algumas de suas complexidades que, aos olhos dos usuários principiantes, pareciam intransponíveis. Porém, devido à grande disseminação do uso de redes domésticas, sobretudo depois que as redes sem fio se tornaram corriqueiras, aumentou muito o número de usuários inexperientes que se veem obrigados a lidar com compartilhamento e redes. Por isso, a cada nova versão o Windows vem tentando simplificar seu estabelecimento, configuração e utilização. O recurso dos “homegroups” é mais um largo passo neste sentido.
O aspecto da janela do “Centro de Redes e Compartilhamento” do Windows 7 é o mostrado na Figura 1 e, embora mais simples, não é muito diferente da mesma janela no Vista. As diferenças estão na maior facilidade de uso de suas opções. Por exemplo: uma delas (que não posso mostrar aqui porque o micro onde instalei a beta não dispõe de um adaptador para rede sem fio “wi-fi”) é a simplicidade com que se pode conectar a uma rede sem fio. Observe, na figura 2 (obtida em artigo de Paul Thurrot sobre Windows 7), como aparece o botão “Connect” ao lado da rede sem fio selecionada. Um clique nele e você estará conectado. E, caso a conexão requeira o acesso à página do provedor, como a maioria dos acessos públicos, aparecerá uma janela com as devidas informações.

Figura 2: Conectando a uma rede sem fio.

Mas no que diz respeito à conectividade, a novidade mais interessante indiscutivelmente são os “homegroups”.
O termo inglês “homegroup” significa algo como “grupo doméstico” em português. O que indica claramente que não se trata de um recurso corporativo (na verdade, para que um “homegroup” seja criado ou para que um micro venha a integrá-lo, é preciso que o tipo de rede seja ajustado para “Home network” no “Centro de Redes e Compartilhamento”) mas algo pensado para simplificar o uso e manejo de micros ligados em redes domésticas.
E para que usuários domésticos querem ligar seus micros em rede? A resposta é uma só: compartilhamento. E compartilhamento de tudo, não apenas de arquivos. Portanto o conceito de “homegroup” foi criado tendo em mente exclusivamente compartilhar arquivos e recursos da forma mais simples possível, já que não se espera de usuários de micros domésticos conhecimentos avançados de conexão em rede.
Mas o que é um “homegroup”?
A primeira idéia é que se trata de um novo nome para os já conhecidos e disseminados “grupos de trabalho” (“workgroups”) do Vista e do XP. Mas não é. Tanto assim que ambos os conceitos coexistirão (nada impede o usuário de configurar seu micro com o Windows 7 para fazer parte de um grupo de trabalho e de um "homegroup”). Mas, conceitualmente, um “homegroup” é uma coisa mais simples do que o grupo de trabalho pois está voltado exclusivamente para o conceito de compartilhamento. De fato, um “homegroup” permite que micros rodando o Windows 7 e interconectados em rede executem apenas três funções:

  • Identificar as demais máquinas que fazem parte do grupo e conectar-se a elas sem qualquer complicação adicional;

  • Permitir que cada usuário decida exatamente que recursos de sua máquina serão compartilhados e com que máquinas do grupo cada um deles será compartilhado;

  • Permitir que o usuário possa identificar e ter acesso aos recursos das demais máquinas do grupo que foram compartilhados com a sua.

E é aí que entra o conceito de “libraries” sobre o qual tanto vínhamos falando. Porque ambos se integram de tal forma que a maior parte daquilo que será compartilhado serão justamente “libraries” (e impressoras, naturalmente, além de outros dispositivos). O que trará interessantes desdobramentos. Por exemplo: a partir do momento em que uma “library” for compartilhada, os aplicativos que “entendem” os conceitos de “homegroup” e “library” tratarão todos os arquivos daquela e das demais “libraries” compartilhadas como se estivessem em um único local. O que permite a quem usa o Windows Media Player ou o Media Center, por exemplo, acessar recursos, criar listas de execução e de favoritos e coisas que tais, incluindo músicas, vídeos e imagens nas mesmas listas, independentemente do disco rígido ou da máquina onde eles estejam armazenados (veja mais sobre isso no artigo de Paul Thurrot < http://www.winsupersite.com/win7/win7_beta_02.asp > “Windows 7 Beta Review, Part 2”).
Quando se solicita a criação de um “homegroup” (ou a inclusão da máquina em um adrede criado) o sistema solicita a senha. Senha esta que é gerada durante o procedimento de instalação do sistema operacional mas que pode ser alterada mais tarde (veja o atalho “Change the password” na Figura 3) e que identifica a máquina. Incidentalmente: sugiro que ela não seja trocada exceto por outra igualmente segura. Isto porque, sendo criada pelo próprio sistema, seu critério de criação obedece as diretrizes de criação de senhas seguras. E não há que se preocupar com o perigo de esquecê-la, posto que ela pode ser recuperada a qualquer momento clicando-se no atalho “View or print the homegroup password” da janela mostrada na Figura 3. E como ela somente é usada para criar um novo grupo ou para integrar a máquina a um já criado (portanto, muito raramente), melhor deixá-la como está por questões de segurança.
Criado o grupo e nele inserida a máquina, abre-se a janela mostrada na Figura 3.

Figura 3: janela de ajuste dos parâmetros do “homegroup”.

Examine-a e veja como foi concebida com o principal intuito de facilitar a vida dos usuários domésticos. Repare nos dois atalhos, “How do I share additional libraries” e “How do I exclude files and folders”, ambos bem à vista para fornecer informações importantes. Note como todo e qualquer tecnicismo relativo a conexões de rede foi evitado (se bem que se possa ter acesso a eles seja através do atalho “Change advanced sharing settings” seja através de outros recursos do “Centro de Redes e Compartilhamento”).
Se o usuário desejar, neste ponto pode simplesmente dar sua tarefa por finda: fechada a janela, a máquina já estará integrada ao grupo. Por outro lado, se preferir, pode escolher que recursos deseja compartilhar simplesmente clicando nas caixas correspondentes aos tipos de arquivos (não por acaso os mesmos que integram as quatro “libraries” oferecidas por padrão pelo sistema; essa é uma das razões pelas quais é preferível não alterar a estrutura de “libraries”...) e dispositivos. A partir daí, é clicar no botão “Save settings” e ter acesso a tudo aquilo que foi compartilhado, sem sequer se preocupar onde – inclusive em que máquina – eles estão armazenados. Mais simples, impossível.
Incidentalmente: quem lê inglês e deseja mais informações sobre a integração entre os recursos de “libraries” e “homegroup” do Windows 7 pode consultar o artigo de Brandon LeBlanc
< http://windowsteamblog.com/blogs/windowsexperience/archive/2008/10/28/how-libraries-amp-homegroup-work-together-in-windows-7.aspx >
“How Libraries & HomeGroup Work Together in Windows 7”.
Por hoje, isto é tudo. A próxima coluna (que será postada muito breve, prometo) será – desta vez, garanto – a última da série e se limitará a algumas considerações pessoais sobre a nova versão do sistema operacional da MS.
Até lá.

 

 

B. Piropo