Sítio do Piropo

B. Piropo

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19/07/2004

< Quero meus arquivos de volta >


P: Estou com um problemão. Foi apagada de meu computador uma pasta com alguns arquivos que são importantes para mim. Eu gostaria de saber sobre a possibilidade de recuperá-los. Ouvi dizer, que ao excluir arquivos pelo Windows Explorer apenas as informações contidas na trilha zero são apagados e que os arquivos ficam apenas sem o "endereço". E que é possível, com muito trabalho, recuperá-los. Existe realmente alguma possibilidade disso acontecer?

Alexandre Artier 

R: Primeiro, vamos pôr suas idéias em ordem. Um arquivo no disco nada mais é que um conjunto de informações gravadas em um meio magnético, a superfície do disco. Essas informações são codificadas sob a forma de “bits” (simplificadamente: pontos magnetizados na superfície do disco que representam os algarismos “um” ou “zero”) que são combinados, oito a oito, para formar os “bytes”. Cada byte representa um número que, por sua vez, pode representar um caractere de um texto, um ponto luminoso de uma imagem ou qualquer outra grandeza que tenha sido “digitalizada” e codificada em forma de um arquivo (digitalizar é o nome que se dá ao processo de codificar grandezas do mundo real em números que são expressos em bytes). Os bytes que formam os arquivos são distribuídos em “trilhas” (circunferências concêntricas sobre a superfície magnética) e “setores” (trechos de uma trilha). Em cada setor “cabem” 512 bytes. Para gravar um arquivo, o sistema operacional procura setores livres no disco (ou seja, que não estão sendo usados por outros arquivos e podem receber novos dados) e grava neles as informações que formam o arquivo. Se o arquivo for maior que 512 bytes, ele se “espalhará” por diversos setores. Depois que as informações foram gravadas, o sistema operacional grava em um trecho especial do disco chamado “diretório” (que, originalmente, ficava próximo da trilha zero nos discos antigos) o nome do arquivo e informações que permitem localizar os setores que o compõem. Quando se manda ler o arquivo, o sistema consulta essas informações, procura no disco os setores correspondentes e lê os bytes neles contidos. Agora que já sabemos como arquivos são gravados e lidos, vejamos o que ocorre quando se manda apaga-los (ou remove-los). O significado dos termos “apagar” ou “remover” em geral leva o usuário leigo a pensar que as informações, ou seja, os pontos magnéticos que codificam os bytes que formam o arquivo, são de fato apagadas ou removidas do disco. Mas este não é o caso – simplesmente por não ser necessário. Tudo o que o sistema operacional faz é marcar a “entrada do diretório” correspondente ao arquivo como “vazia” (substituindo o primeiro caractere do nome do arquivo por um código especial que indica que aquela entrada está disponível) e marcar os setores ocupados pelo arquivo como livres. Portanto, você tem razão: mesmo depois que se “apagou” o arquivo, suas informações continuam no disco, nos mesmos setores onde foram gravadas. Há, porém, um ponto a considerar: como estes setores foram marcados como livres, qualquer outro arquivo que seja gravado posteriormente pode ocupar aqueles setores, sobrescrevendo os dados neles contidos e, portanto, agora sim, deitando a perder o arquivo apagado. Isso significa que se você tentar recuperar um arquivo imediatamente depois que o apagou, tem uma grande probabilidade de ser bem sucedido. No entanto, na medida que o tempo passa e novos arquivos são gravados no disco, aumenta a probabilidade dos setores ocupados pelo arquivo “apagado” (que, lembre-se, estão marcados como livres) serem utilizados para receber novos dados. Agora que você conhece toda a teoria, vamos à prática. Se você acabou de apagar um arquivo ou pasta e se arrependeu, procure em sua área de trabalho pelo ícone da “Lixeira” e execute um clique duplo sobre ele. A “lixeira” é um objeto de Windows que serve para armazenar durante algum tempo as informações sobre os arquivos removidos. Ao abri-la, você verá uma lista de pastas e arquivos removidos, onde certamente encontrará o nome do arquivo ou pasta que acabou de “apagar”. Selecione seu nome e clique no botão “Recuperar” e seus dados reaparecerão incólumes (o sistema operacional consulta os dados da “lixeira” e consegue reconstituir as informações que permitem localizar os setores ocupados pelo arquivo ou pasta). Mas lembre-se: quanto mais tempo passar, menor a possibilidade de recuperação, pois como os setores constam como livres, podem ser ocupados por novos arquivos. Boa sorte.

B. Piropo