Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques >
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07/05/2009

< Tuitar pra quê? >


Twitter é uma rede social que permite a seus usuários trocarem entre si pequenas mensagens (de até 140 caracteres) conhecidas como “tweets”.

O parágrafo anterior tem exatos 140 caracteres e, portanto, corresponde ao tamanho máximo de um “tweet”. Para que serve um negócio destes? Não sei. Mas sei que o blog Nielsen.Com classificou o Twitter como a rede de crescimento mais rápido na Internet, a ponto de tornar-se um sucesso mundial inclusive no Brasil. O número de usuários não é divulgado pela empresa mas o Forrest Research estima uma cifra próxima de cinco milhões e a Compete.Com divulgou que o Twitter ocupa o terceiro lugar entre as redes de maior tráfego (as duas primeiras são Facebook e MySpace, nesta ordem), o que permite estimar que o número de visitantes únicos esteja próximo de seis milhões e o de visitas mensais na ordem de 55 milhões. É muita gente. E tudo isto para trocar mensagens de não mais que 140 caracteres...

Para participar basta acessar o sítio do Twitter em < http://twitter.com/ >, escolher um nome de usuário e criar uma senha. Isto feito, você pode usar o próprio Twitter para perscrutar suas contas nos principais servidores de “webmail” como o Gmail, Yahoo, AOL, Hotmail e MSN, verificar se seus contatos mantêm conta no Twitter e selecioná-los para receber as mensagens deles ou oferecer-se para que eles recebam as suas. Ou ainda encontrar alguma “celebridade” e “segui-la” (“follow”), o que fará com que você se mantenha absolutamente em dia com tudo o que ocorre na vida dela momento a momento, tomando conhecimento da ocorrência de fatos de importância transcendental do tipo que seria impossível viver sem saber, como: “fui entrevistado pela revista Contigo” e outras tantas revelações de igual relevância.

A intenção declarada dos idealizadores da rede social foi criar uma forma pela qual cada um de nós pudesse informar ao mundo o que se está fazendo a cada momento. E quem assistir o vídeo que ilustra a página de abertura do sítio verá que a coisa é levada a sério. Após a exposição inicial informando qual é o “espírito da coisa”, o vídeo afirma textualmente: “Mas você não mandará um email a um amigo para dizer-lhe que você está tomando um café. Seu amigo não precisa saber disso. Mas e as pessoas que querem saber sobre as pequenas coisas que ocorrem em sua vida?” – insinuando que estas poderão, via Twitter, tomar conhecimento do crucial acontecimento. Francamente, por mais que eu dê tratos à bola não me ocorre quem possa demonstrar qualquer interesse pelo fato de alguém estar ou não tomando um café neste ou naquele momento. O que me faz continuar sem entender para que serve o Twitter.

Isto vinha me preocupando um pouco. Afinal, a rede é um fenômeno em escala mundial e já há “celebridades” que estão sendo pagas para “tuitar”. Será que eu não estaria deixando escapar algum detalhe, justamente aquele que esconde a relevância da coisa toda?

Descobri que não. Semana passada dei com os costados em um sítio interessante, destes que oferecem informações em mais de 140 caracteres, o Silicon Alley Insider. E lá, no URL < http://www.businessinsider.com/60-of-twitter-users-quit-after-a-month-2009-4 > encontrei um artigo de Nicholas Carlson informando que quase dois terços dos usuários do Twitter abandonam a rede após seu primeiro mês. E, no “The Inquisitr”, postado na mesma data (28 de abril passado), o artigo de Steven Hodson “Os números que Twitter não quer que você conheça” (< www.inquisitr.com/23004/the-numbers-twitter-doesnt-want-you-to-know-about/ >), onde o autor afirma claramente que “não há um número suficiente de novos usuários (do Twitter) para suprir a falta dos que desertam depois de certo período”.

De onde se conclui que: 1) ninguém aguenta um negócio destes por muito tempo; e 2) a tendência é que este, como todos os demais modismos, definhe e desapareça.

 E, mesmo estando sujeito a receber protestos indignados, me atrevo a acrescentar que, no que me diz respeito, não fará a menor falta...

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B. Piropo