Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques >
Volte
18/03/2010

< Fundindo tecnologias >


Este mês a EMC promoveu seu encontro anual com a imprensa. E mostrou um bocado de novidades. Há pouco mais de dez anos a empresa, originalmente apenas uma grande fornecedora de dispositivos de armazenamento para corporações, começou a se reestruturar e diversificar suas atividades adquirindo o controle de outras empresas e ampliando seu leque de atividades. O que gerou uma consequência interessante: a fusão das tecnologias destas empresas em benefício do usuário final. E um dos melhores exemplos disso é o vClone.
Expliquemos. Uma das mais recentes aquisições da EMC foi a Iomega. Aquela mesma dos velhos discos Zip, engolidos pelos “pen drives”, que muita gente pensou que havia naufragado nos bravios mares da crise. Pois não somente não o fez como está viva e forte, produzindo alguns dispositivos muito interessantes (como o “Screenplay Director”, também mostrado no evento, um interessantíssimo reprodutor de mídia – mas isso é assunto para outra coluna). Dentre os quais discos rígidos externos, portáteis, de grande capacidade e tamanho reduzido.
Pois bem: alguns anos antes de adquirir a Iomega a EMC havia comprado a VMWare, a pioneira da virtualização, uma tecnologia que permite criar “um computador dentro de um computador”. Explicando melhor: com o software da VMWare pode-se reservar trechos da memória principal e dos dispositivos de armazenamento de um computador, isolá-los da máquina real, ou “hospedeira”, e neles instalar um sistema operacional (que não precisa ser o mesmo da máquina real) e seus programas. Que passarão a rodar em uma janela (ou, se desejarmos, em tela inteira) da máquina real como se fosse um micro independente, uma “máquina virtual”. Dependendo do hardware da máquina real, com a tecnologia da VMWare pode-se instalar diversas máquinas virtuais independentes em uma única máquina “real”.
E o que tem uma coisa a ver com a outra? Aparentemente nada. E tudo continuaria como dantes no quartel de Abrantes não fosse o engenho de algum técnico brilhante da EMC que resolveu conjugar as duas tecnologias: a da Iomega, que produz discos portáteis de grande capacidade e a da VMWare que cria máquinas virtuais. E com isso surgiu o vClone.
O vClone é um programa desenvolvido com a tecnologia de virtualização da VMWare especialmente para ser instalado nos discos portáteis da Iomega (e só neles: você pode até baixá-lo – ainda em estágio beta – de < http://protection-suite.iomega-web.com/vclone > mas, ao ser instalado, ele verifica o número de série do drive e, se não for Iomega, babau...).
Funciona assim: você instala o vClone no disco portátil conectado a um computador que chamaremos de “computador principal”. O programeto cria um “clone” do sistema operacional, dos aplicativos e das configurações pessoais desta máquina e o armazena no disco portátil. Isto feito, você remove o disco portátil da máquina e viaja, digamos, para a Cochinchina. Lá, pede emprestado a um amigo cochinchinês seu computador, que chamaremos de “secundário” (a única exigência é que ambos rodem originalmente uma versão “32 bits” de Windows XP, Vista ou Seven), e “espeta” em uma de suas entradas USB o disco portátil e carrega o vClone (cujo executável está no disco portátil). Isto criará no computador secundário uma máquina virtual, réplica exata do primário. Você trabalhará na Cochinchina como em casa, usando seus programas para ter acesso a seus arquivos em seu sistema operacional e seu idioma. Depois, de novo em casa, ao reconectar o disco portátil ao computador primário, o próprio vClone se encarregará de sincronizar e atualizar os arquivos modificados. E seu amigo cochinchinês não terá do que reclamar: removido o drive portátil, a máquina dele permanecerá como que intocada, sem qualquer sinal de que foi usada para incorporar outro computador. Parece mágica, mas é tecnologia (veja – infelizmente apenas em inglês - uma demonstração em < http://www.youtube.com/watch?v=Yd-yo_SS29M >).

Figura 1

B. Piropo