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B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
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09/06/2011

< Computex 2011 >


A Computex é a maior feira de tecnologia da Ásia e uma das três maiores do mundo (as outras duas são a alemã CeBIT e a americana CES). Este foi o ano de sua 31ª edição, ocorrida semana passada em Taipei, capital de Formosa, ou Taiwan. Espalhou seus 5.300 estandes por cinco diferentes pavilhões, inclusive o gigantesco pavilhão de Nangang com seus dois salões monumentais. Entre os 1.800 exibidores, um número 9% maior que o do ano passado, estavam praticamente todas as empresas do ramo de tecnologia da informática e telecomunicações de Taiwan, como Acer, Asus, Gigabyte, CES e Thermaltake, e a maioria das grandes empresas internacionais, como AMD, Intel, Kingston, Microsoft e dezenas de outras vindas de 26 diferentes países. Recebeu mais de 120 mil visitantes dos quais 36 mil provenientes do exterior, o maior número deles vindos dos EUA, Japão, Hong Kong, China e Coréia do Sul. No total, 162 países enviaram visitantes. Ou seja: quase o mundo todo. O que fez a Computex 2011 gerar, sozinha, negócios da ordem de 25 bilhões de dólares.
Em uma feira como esta há de tudo, desde máquinas sofisticadas e caras que representam a última palavra em tecnologia, até bugigangas que custam alguns reais. Mas este ano, indubitavelmente, as estrelas foram estes pequenos micros móveis, sem teclado, ligados ao mundo exterior por conexões sem fio, conhecidos como tabletes.
Uma das razões para isto foi o recente lançamento do Android 3.0, desenvolvido tendo em mente principalmente este tipo de dispositivo, que criou condições propícias para que diversos fabricantes lançassem seus modelos, já que se espera que o mercado mundial absorva quase cinqüenta milhões destes micrinhos apenas em 2011. Portanto não era de estranhar que na Computex 2011 houvesse tabletes a dar com pau, de todos os tipos e tamanhos e qualidade. Mas alguns, naturalmente, chamavam mais a atenção.
A Acer apresentou seu novo modelo Iconia Tab 500, com dois sabores: um mais modesto, o A500, que roda o Android 3.0 com 16GB ou 32GB de armazenamento secundário (SSD), equipado com uma UCP Tegra 2 de 1GHz e núcleo duplo da NVidia, 1GB de memória primária (RAM), tela sensível ao toque de 10” com resolução de 1200x800 pontos, conexão via WiFi e Bluetooth, portas HDMI e USB 2.0 e câmara de vídeo. O outro modelo, mais parrudo, o W500, roda Windows versão 7 Professional, vem com uma UCP AMD C-50 de núcleo duplo e 1 GHz, 2GB de memória primária e tem uma porta adicional de rede padrão Ethernet.
Mas a festa não ficou apenas por conta da Acer. Todas as grandes fabricantes presentes na Computex apresentaram seus tabletes. A Gigabyte veio com seu S-1080, um tablete relativamente pesado (900g) que roda Windows 7 Home Premium, equipado com um Atom N570 de núcleo duplo e 1,66 GHz da Intel. Como todos os tabletes de última geração, vem com tela de 10” formato largo (1024x600) e câmara de vídeo. É equipado com 2GB de memória primária e um disco rígido (magnético) SATA de 320GB como memória secundária. Traz conectores USB (2.0 e 3.0), rede Ethernet, RJ45 para rede telefônica, leitor de cartão SD e comunicação sem fio via WiFi, Bluetooth e, opcionalmente, 3G. Mas o peso e a utilização de disco magnético em vez dos SSD usado por quase todos os concorrentes levam a crer que o S-1080 é uma tentativa de adaptar uma máquina convencional para funcionar como tablete.
Este não é o caso do ASUS Transformer, um tablete de verdade que roda o sistema operacional Android 3.0 montado em torno do microprocessador Tegra 2 de núcleo duplo e 2.1 GHz, com menos de 13 mm de espessura, pesando quase nada, equipado com câmara de vídeo e bateria de 16 horas de duração, o que já seria bastante para chamar a atenção. Mas a grande sacada da Asus foi a possibilidade de acoplá-lo a um teclado especialmente criado para ele (embora vendido como opcional) contendo uma segunda bateria interna recarregável que aumenta significativamente a duração da bateria do conjunto. O teclado funciona como uma “dock station” e faz com que o tablete se transforme (daí o nome...) em um “netbook”. Este seria o tablete mais interessante da Computex caso não tivesse seu brilho ofuscado pelo anúncio do lançamento do Padfone, também da Asus, mostrado na foto nas mãos deste vosso criado.
O produto ainda não está disponível (somente será comercializado no final de 2011) e o exibido no estande da Asus na Computex é um protótipo. Mas basta para entender a idéia extremamente criativa que levou ao desenvolvimento deste misto de tablete e “smartphone”. Repare que em minha mão direita há um celular, aparentemente como outro qualquer. E, na esquerda, algo que parece um tablete, com um nicho onde o celular se encaixa.
Pois é exatamente assim que a coisa funciona. Segundo a Asus, o Padfone visa satisfazer o usuário que deseja tanto um micro tipo tablete quanto um “smartphone”. Por isto integrou ambos em uma unidade que pode ser desmembrada quando se precisa apenas do telefone. Mas basta encaixá-lo no rebaixo do módulo maior para que o conjunto se transforme em um tablete bastante completo. Como o produto tinha acabado de ser anunciado, não foram divulgados muitos detalhes técnicos, de modo que por enquanto o que há são suposições. Provavelmente o Padfone rodará Android. Tudo indica que o poder de processamento está no módulo telefone. O módulo maior não funciona sozinho e parece consistir apenas em uma tela sensível ao toque, em uma bateria de longa duração e nos dispositivos de conexão. Mas de um ponto fiz questão de me assegurar: ambas as unidades usam o mesmo cartão SIM para conexão 3G. O que faz com que o acesso seja pago apenas uma vez (em conta única) para acesso via telefone e via tablete. O que, em um país onde as tarifas de telecomunicações estão entre as mais altas do mundo, como o Brasil, faz uma enorme diferença.

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B. Piropo