Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
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29/03/2012

< Google Docs: a história >


Terminamos a coluna anterior informando que hoje iniciaríamos uma pequena série de colunas descrevendo um meio pelo qual o usuário doméstico, gente comum como nós, pode ter acesso a software armazenado “na nuvem”. E o que é melhor e lá não foi dito: de graça.

Esta forma de uso recebeu a designação de “Software como serviço” (SaaS, de “Software as a Service”). Ela consiste em um meio de gerar, armazenar, gerenciar e compartilhar diferentes tipos de documentos sem necessidade de instalar qualquer programa em nossos computadores ou sequer de utilizar o espaço de armazenamento de nossos dispositivos de memória secundária para gravá-los. Isto é possível porque tanto os programas usados para criar os documentos quanto os documentos propriamente ditos permanecem armazenados nos servidores da empresa que provê o serviço e estão sempre acessíveis através da Internet (ou seja, de acordo com a denominação utilizada para este tipo de acesso, tanto programas quanto documentos são armazenados “na nuvem”).

Diversas empresas oferecem este serviço, algumas comercialmente, a custos que variam de acordo com a natureza do software e espaço de armazenamento, outras gratuitamente. O serviço que vamos discutir é oferecido sem qualquer custo pela empresa Google. É provável que você já o conheça, mas ainda assim acredito que valerá a pena acompanhar estas colunas, posto que nelas pretendo descrever detalhes sobre a utilização do serviço que talvez venham a lhe interessar. O serviço, como você já deve ter percebido pelo título, é o “Google Docs”.

É claro que para tirar proveito integral das facilidades oferecidas pelo Google Docs é preciso uma conexão com a Internet, de preferência de alta taxa (“banda larga”) e permanente, nem sempre acessível a todos. Mas quem dispuser dela pode até mesmo dispensar qualquer aplicativo para criar textos, planilhas e apresentações e trabalhar exclusivamente com o Google Docs. Mas antes de entrar nos detalhes dos aplicativos, um pouco de história.

Em agosto de 2005 a Upstartle, uma pequena empresa americana, lançou um produto denominado Writely, um dos primeiros exemplos de SaaS. Após criar sua conta, o usuário acessava o sítio da empresa e lá encontrava uma página em tudo similar à de um editor de textos comum, com menus, teclas de atalho e caixas de diálogo que permitiam criar e editar texto diretamente nela através da Internet e gravar seus arquivos nos servidores da Upstartle.

Paralelamente, a Google desenvolvia uma planilha eletrônica baseada na tecnologia de uma empresa que havia recentemente adquirido, a 2Web Technologies. Esta planilha foi oferecida ao público na modalidade SaaS em junho de 2006 com o nome de Google Labs Spreadsheet e veio a se constituir no primeiro componente do que mais tarde tornou-se o Google Docs.

No início deste mesmo ano a Google adquiriu o controle da Upstartle e, em fevereiro de 2007, integrou os dois aplicativos e os ofereceu a qualquer pessoa que dispusesse de uma conta Google ainda na modalidade SaaS. Assim nasceu o Google Docs. E como, tradicionalmente, os “pacotes” de aplicativos, além de planilha eletrônica e editor de textos, costumam oferecer a seus usuários também um programa gerador de apresentações, em setembro de 2007 a Google agregou ao Google Docs o seu exemplar, completando a trinca de aplicativos.

Desde março deste mesmo ano, a Google tinha acesso à tecnologia desenvolvida pela DocVerse, uma empresa que havia previamente adquirido. Ela foi, então, integrada aos aplicativos do Google Docs, permitindo que o serviço começasse a adquirir o perfil que hoje apresenta: um soberbo conjunto de aplicativos “online” que permite a seus usuários criarem e compartilhares documentos de texto, planilhas eletrônicas e apresentações em praticamente qualquer um dos formatos mais populares.

A partir da próxima semana veremos como ter acesso a eles.

Figura 1

 


B. Piropo