Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
19/03/2001

< Sítios e Revistas >


Como sabe quem visita regularmente este canto de página, a Trilha Zero fez dez anos. E um bocado de coisa mudou nessa década. Quem segue esta Trilha desde o início há de lembrar das primeiras, quase didáticas (e quem não lembra ou quer sentir o agridoce gostinho do passado está convidado a visitar a seção Escritos de minha página pessoal em <www.bpiropo.com.br>, onde todas elas permanecem à disposição). Foram escritas em um tempo em que só quem se interessava por cadernos de informática eram micreiros ávidos por informações técnicas. Colunas explicando detalhadamente como o DOS usava memória faziam enorme sucesso posto que, naqueles tempos heróicos, era o usuário o responsável por otimizar o uso da memória e ai de quem não soubesse fazê-lo.

De lá para cá o leitor evoluiu de “micreiro” a “internauta”. Suas preocupações mudaram. Detalhes técnicos, quando muito, despertam sua curiosidade, raramente seu interesse. O que ele realmente quer saber é como usar o micro e tirar melhor proveito dele.

Isso não é um queixume saudosista, é meramente uma constatação. Esta evolução é apenas mais um dos muitos sinais de que a tecnologia da informática já se integrou à sociedade. Deu-se o mesmo com o automóvel: lembro, ainda criança, de ouvir meu pai comentar como o “chofer” do início do século passado carecia de sólidos conhecimentos de mecânica para manter seu carro funcionando. Pergunte hoje em dia a qualquer motorista o que é um “virabrequim” e veja se não tenho razão.

O problema é que, mesmo não sendo a maioria, ainda há um número significativo de leitores interessados nos aspectos técnicos que, quando abordo “pela rama” um tema mais cabeludo para não assustar a legião de internautas, escrevem revoltados reclamando da “queda de nível” da coluna. E o pior é que não há remédio posto que, se “subo o nível”, chove mensagem pranteando a ininteligibilidade do texto. Eu tenho procurado manter mais ou menos o meio termo (se bem que de vez em quando, admito, ainda dou uma escorregadela para o terreno do tecnicismo) mas o fato é que hoje em dia uma coluna exclusivamente técnica não faz sentido em um caderno como o nosso.

Isso não quer dizer que os leitores interessados nos detalhes técnicos não possam dispor de fontes de informação de boa qualidade: há dois mananciais praticamente inesgotáveis: Internet e revistas. E, para compartilhar com vocês minhas preferências, aqui vão algumas indicações.

Na Internet o campo é praticamente infinito. Na seção “Bookmarks” de minha página pessoal há dezenas de atalhos (“links”) para sítios prenhes de informações técnicas de qualidade. Dentre eles, em português, visito com maior freqüência o excelente sítio do Abel Alves, o “Guia do PC” em <www.guiadopc.com.br>, e o não menos excelente sítio do Laércio Vasconcelos, em <www.laercio.com.br>. Em inglês há dois particularmente bons: o AnandTech, do jovem Anand Lal Shimpi, em <www.anandtech.com>, e o velho conhecido Tom’s Hardware Guide, em <www.tomshardwareguide.com>, do Tom Pabst.

Já no que toca a revistas, a coisa é mais complicada. Em inglês, todas as que eu lia regularmente desapareceram. Descobri, recentemente, a “PC Upgrade”, uma revista americana particularmente interessante mas que não é muito fácil de encontrar. Já em português, surpreendentemente, há uma excelente. Chama-se PCs. É editada em São Paulo. O responsável é o Alexandre Takahashi. Não o conheço, mas quero cumprimentá-lo publicamente pelo excelente nível técnico dos artigos. A PCs também não é muito fácil de encontrar, mas pode ser encomendada no sítio <www.thecnica.com>. Se você está interessado em informações técnicas atualizadas, recomendo-a enfaticamente. Mas não espere encontrar nela a listinha dos sharewares mais populares ou instruções passo a passo para criar sua primeira página na rede. E muito menos um texto com qualidades literárias. Lá, é pau puro. É leitura para quem sabe diferençar uma “north bridge” de uma “south bridge”, ou seja, não é para quem quer beber o mel: é para quem come a abelha.

PS: como sempre ocorre quando escrevo algo deste teor, sei que vai chover mensagens manifestando o enorme assombro de alguns leitores por eu não haver citado este ou aquele sítio e uma ou outra revista, paradigmas de excelência em seu campo. Lembro que me limitei a citar o que conheço e recorro com maior freqüência. Se esqueci algum, paciência. Mas prometo dar às mensagens a devida atenção e examinar as sugestões com a boa vontade habitual.

B. Piropo