Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
30/04/2001

< Conversa Fiada >


No que tange a tecnologia e informática, quase tudo de bom que há na rede está em inglês. Por isso é inevitável que de quando em vez eu sugira uma ou outra página nesse idioma. Mas tem muita coisa boa também em português e hoje eu vou procurar nelas manter o foco.

Há alguns meses citei uma excelente página em português para quem estava em busca de drivers: a ABCDrivers em <www.abcdrivers.com.br/>. Hoje forneço mais uma, ainda em português: a WebDrivers, em <www.webdrivers.com.br/>. Menos completa que a outra, mas com um bom sortimento que inclui uma razoável coleção de atualizações de BIOS. A página é limpa e fácil de navegar. Permite efetuar busca por nome de fabricante e exibe uma estrutura em árvore com os diferentes tipos de dispositivos. Em cada ramo há atalhos para os sítios dos fabricantes e para as páginas de onde se pode transferir os drivers diretamente daqueles sítios. Como a maioria deles é em inglês, não adianta muito a página original ser em português, mas sempre ajuda durante a busca.

Já para quem quer programas, vale uma visita a “Progs, A Casa do Software”, em <www.progs.com.br/>. Esta, sim, é toda na última flor do Lácio. A página de abertura, além de atalhos para as diversas categorias de programas, mostra a lista dos campeões de preferência dos usuários, além de novidades, sugestões e um “programa em destaque”. Para ter acesso a certas páginas é preciso cadastrar-se no sítio, mas o cadastro é grátis. Dentre as seções, há uma apenas para programas gratuitos (quando a visitei, havia quase duzentos disponíveis) e outra exclusiva para programas em português (com um curioso Kurso de Esperanto).

Eu não costumo divulgar serviços pagos, mas vou abrir uma exceção para uma idéia que me pareceu particularmente interessante. Trata-se da Web Site Clinic. Que, apesar do nome, é toda em português. Se você tem uma página na rede ou é webmaster de um sítio, vale a pena se inteirar dos serviços oferecidos pela “clínica”. O mais barato é o “Raio-X”, uma verificação superficial do sítio que testa desde erros de português até design, passando por código HTML e atalhos, e envia um relatório indicando a quantidade de erros (mas sem identificá-los) ao módico custo de dez reais. O mais caro é a “UTI”, onde o sítio é “internado” e destrinchado minuciosamente, com o resultado enviado em duas semanas a um custo de R$ 120. Há ainda o “Exame” e o “Check-up”, com níveis de detalhe da inspeção (e custos) intermediários. Além desses serviços pagos, o sítio oferece a seção Receitas, de acesso grátis, com conselhos e dicas úteis para quem mantém uma página na rede. O URL da Web Site Clinic é <www.ambf.com/webclinic/>.

Depois de três dicas em português, sinto-me à vontade para acrescentar uma em inglês: a página do Georgi Guninski, em <www.guninski.com/>, talvez o exemplo mais gritante de como se pode manter um sítio simples porém abarrotado de conteúdo. Georgi é um consultor independente búlgaro que gasta seu tempo livre pesquisando segurança. Mais especificamente procurando furos nos produtos da MS, no Netscape e em outros menos votados. Nunca vi uma página mais despojada: é puro HTML e texto. Mas que texto! Não é leitura para os não iniciados, mas se você é do ramo e se interessa por segurança o sítio é absolutamente imperdível. O que fica claro após uma rápida visita à seção “In the news”, onde Georgi lista algumas das repercussões de suas descobertas na imprensa internacional (agradeço ao Christian Ghamaliel pela última dica e a Lélia Cardoso pelas outras três).

Finalmente, e já que o assunto é segurança: nessas últimas semanas só se falou sobre a violação do sigilo da votação pseudo-secreta do senado (a inicial minúscula não se deve a erro de digitação, mas de ética, e não foi cometido por mim). Viu-se gente gritando arrogantemente, gente chorando humildemente, gente gritando arrogantemente para depois chorar humildemente, viu-se de tudo. Só não se viu uma discussão séria sobre a inacreditável vulnerabilidade de um sistema desenvolvido para preservar o sigilo de votações das quais pode depender o destino do país. Um sistema que deve ter custado uma baba mas foi violado, literalmente, da noite para o dia. Sim, eu sei que não há sistema inviolável: juntando um número suficiente de hackers e especialistas em segurança e dando-lhes o tempo necessário, dobra-se qualquer sistema. Mas que diabo de segurança é essa que pode ser quebrada por dois ou três pilantras desenvolvendo um programeto em um notebook na calada de uma única noite? Eu, hein...

B. Piropo