Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
14/05/2001

< Melhor que Senha >


Não tenho muitos segredos. Se alguém se apoderar de meu notebook, apenas descobrirá detalhes sobre as entranhas de algumas das estações de tratamento de esgotos que projetei pelo mundo afora. Mas há situações em que o vazamento de dados confidenciais é absolutamente inadmissível. A saída é usar senhas.

Mas senhas são frágeis por natureza. Para não esquecê-las há que copiá-las em algum lugar onde ninguém imagine procurá-las (em geral, embaixo do teclado). Devem ser engendradas com sagacidade para não serem facilmente deduzidas (os mais ardilosos usam a data do aniversário da namorada; os menos, a própria). E podem ser roubadas. O ideal seria validar o usuário sem depender de senha. Há um meio de fazê-lo. Chama-se identificação biométrica e baseia-se na verificação de características físicas do indivíduo. Há diversas variantes: reconhecimento de voz, de fisionomia e de íris, entre outros. Mas o mais difundido é o reconhecimento da impressão digital. Não o analógico, usado pelos sherloques com suas lentes de aumento, mas o moderno, tecnológico e onomasticamente redundante reconhecimento digital da impressão digital: põe-se o dedo sobre um sensor que “lê” a impressão e só libera o acesso caso a reconheça como de pessoa autorizada. Os dispositivos disponíveis usam tanto sensores óticos, precisos porém volumosos, quanto capacitivos, de polímeros e mais compactos. Análises efetuadas por publicações especializadas têm indicado que a tecnologia é confiável.

Embora alguns modelos de notebooks da Dell e Toshiba sejam fornecidos com sensores, essa não é a regra. Geralmente há que comprá-los separadamente. Os disponíveis conectam-se ao micro através de um PC Card (antigo cartão PCMCIA), de uma porta (USB ou paralela) ou se integram ao próprio mouse.

Esta última forma, embora a mais óbvia, é a menos usada. Conheço apenas dois modelos. O primeiro, o U Match BioLink Mouse, é um mouse serial de dois botões com sensor ótico do lado esquerdo, onde repousa o polegar dos destros (o que praticamente impossibilita seu uso por canhotos) e retira sua alimentação do conector PS/2 (ocupando-o, além do conector serial usado pelo próprio mouse). Pode ser encomendado por US$ 119,13 em (<www.biolinkusa.com>). O outro, melhor, usa uma porta USB e seu sensor capacitivo, mais compacto, situa-se no topo do mouse, o que permite cadastrar qualquer dedo (o software de reconhecimento aceita mais de um dedo). É o Siemens ID Mouse, de dois botões e engrenagem, que pode ser encomendado por US$ 114,95 em (<www.psetechlab.com/biometrics/biometrics.html>).

Minha busca na internet revelou quatro dispositivos ligados a portas. O primeiro, BioMouse, da Ankari, apesar do nome, não é um mouse mas um simples sensor ótico de impressões digitais. Usa uma porta paralela e é encontrado em <www.ankari.com/biomouse.asp> por US$ 110. O segundo é o U.are.U Deluxe, da Digital Persona. Conecta-se a uma porta USB e custa cerca de US$150 (detalhes em <http://www.digitalpersona.com/html/products/products.htm>). O terceiro é o IdentiGuard, da Kingston, um sensor capacitivo ligado a uma porta USB encontrado em <www.kingston.com/identiguard/default.asp> por US$ 159. Finalmente o quarto é o Ethenticator USB 2500, que também usa sensor capacitivo e custa cerca de US$ 130 (detalhes em <www.ethentica.com/usb2500.html>).

O tipo que me pareceu mais prático para notebooks é o PC Card. O sensor propriamente dito situa-se em uma lâmina embutida no cartão, que é puxada para fora apenas no momento da identificação. Usam sensores óticos (como o Biometrics PC Card, da Compaq, em <www.compaq.com/products/quickspecs/10690_na/10690_na.HTML> e o Identix Bio Touch da Identix, em <www.identix.com>) ou capacitivos (como o Ethenticator MS 3000 da Ethentica, em <www.ethentica.com/mobile.html> ou o IdentiGuard, da Kingston, em <www.kingston.com/identiguard/default.asp>) e seu custo varia entre US$ 150 e US$ 200.

Pois é isso. Se seus dados são preciosos, agora você já sabe como protegê-los da curiosidade alheia.

P.S. 1) Minha busca não levou a nenhum sensor nacional, mas vi um em uma feira de informática há poucos anos. Se ainda estiver no mercado e houver interesse, basta enviar o URL que divulgarei com prazer.

P.S. 2) A menção que fiz ao “curioso Kurso de esperanto” rendeu um surpreendente número de mensagens. Todas gentilíssimas, educadas e bem humoradas. Se falar esperanto é ou não um bom negócio, não sei. Mas se o aprendizado exigir convívio com um pessoal simpático como esse, tenho certeza que vale a pena. Dankas a todos os que escreveram.

B. Piropo