Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
22/10/2001

< Modems >


Semana passada comentei o caso do Fábio Bernardino, que perguntava se valia a pena trocar seu modem USR Sportster de 33,6 Kbps por um Winmodem de 56 Kbps. No mesmo dia em que a coluna foi publicada comecei a receber mensagens de leitores informando que para desfrutar das delícias dos 56 Kbps o Fábio nem precisava trocar seu modem, bastava atualizá-lo por software. Falha nossa: eu realmente deveria ter mencionado essa possibilidade. Mas a coisa não é assim tão fácil como parece.

Esclarecendo: alguns modems da USR efetivamente permitem a atualização via software. Mas para isso é preciso satisfazer a determinadas condições, das quais a mais importante é que o “firmware” (rotinas de controle armazenadas em um chip de memória no interior do modem) venha gravado em memória “Flash” (um tipo de memória não volátil atualizável por software). Mas apenas isso não basta: é ainda necessário cumprir outras condições. A forma mais segura de ter certeza se o modem USR é ou não passível de atualização é visitar a página que a própria US Robotics criou para isto em <http://modemupdate.usr.com/infinity/muw.html> de onde pode-se baixar um programa que identifica o modelo do modem e, se for o caso, permite atualizar automaticamente o “firmware”. Mas dependendo da data de fabricação e do modelo a atualização é ou não gratuita: alguns modems só podem ser atualizados mediante pagamento. É claro que sempre há alternativa: no sítio <http://smf.ai.ru/smf.html> pode-se baixar o programa Sportster Modem Flasher e o código do “firmware” para fazer a atualização de diversos modelos de modems USR. Mas se tentar, faça-o por sua conta e risco: o sítio (na Rússia) não é oficial e se algo der errado durante a atualização você corre o risco de transformar seu modem de 33,6 Kbps em um revolucionário modelo de zero Kbps.

E já que falamos em taxas de conexão, uma dica excelente do mestre Ricardo Soca: o sítio Webspeed, em <www.numion.com/>. É em inglês, portanto para tirar total proveito dele é preciso conhecer o idioma (mas como logo veremos nem por isso ele deixa de ser útil para quem só entende português). O sítio é inteiramente voltado para a rapidez da conexão com a internet e tem excelentes textos que discutem os fatores dos quais dependem essa rapidez (na seção FAQ – Frequently Asked Questions). Mas a grande atração são suas seções de medição, particularmente a “Yourspeed”.

Esta seção é um achado e não depende do idioma. Nela há doze botões. Onze deles aferem a rapidez da conexão de sua máquina com as de um determinado país, inclusive o Brasil. O último faz o mesmo em relação a toda a internet, ou seja, afere a rapidez de sua conexão com o “mundo”. Isso é feito da forma mais prática e eficaz possível: simulando a navegação de um usuário comum que acessa os sítios mais populares daquele conjunto (país ou “mundo”). A medição dura trinta segundos durante os quais o programa tenta acessar quarenta sítios e registra a taxa de transferência de cada um deles. O resultado é a taxa média em Bps (bytes por segundo) e, para comparação, a taxa em Kbps (Kilobits por segundo) de um modem que conectaria naquela taxa usando toda sua capacidade nominal.

Visitei o sítio a partir de duas máquinas. Uma conectada em “banda larga” (Velox, uma conexão ADSL de taxa nominal de 256Kbps) e outra usando um prosaico modem de 28,8 Kbps. Em ambas aferi três vezes sucessivas a taxa de conexão com sítios no Brasil, EUA, Japão e “mundo”. Vale a pena analisar os resultados.

Na conexão lenta as médias das três tentativas foram: Brasil 2.016 Bps (correspondentes a um modem ideal de 18,3 Kbps), USA 1.687 bps (modem de 15,3 Kbps), Japão 1.803 bps (16,4 Kbps) e “mundo” 1.373 Bps (12,5 Kbps), ou seja: embora a conexão com o Brasil fosse mais rápida como esperado, nenhuma delas chegou muito perto da taxa nominal do modem (28,8 Kbps). Já a conexão ADSL resultou em: Brasil 28.591 Bps (260 Kbps), USA 17.531 Bps (159 Kbps), Japão 12.788 Bps (116 Kbps) e “mundo” 17.583 Bps (160 Kbps), com o resultado do Brasil igualando (na verdade, superando um pouco) a taxa nominal da conexão e as demais bastante abaixo, mostrando que o congestionamento da ligação do Brasil com o resto do mundo é uma realidade.

Além do simples resultado numérico, o Webspeed mostra gráficos (um deles compara as taxas de conexão médias naquele país e no mundo com a alcançada por sua máquina, outro exibe o registro das últimas 20 aferições) e um impressionante conjunto de dados com diversos parâmetros estatísticos da medição, a lista dos sítios acessados e suas taxas de conexões.

Taí um sítio que vale a pena visitar de vez em quando.

B. Piropo