Escritos
B. Piropo
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16/11/1998

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Ultimamente esta coluna tem andado muito mal-humorada, abordando temas tão carregados e tenebrosos como cavalos de Tróia e outros flagelos. Pois vamos romper o ciclo e jogar um pouco de conversa fora falando de coisas mais aprazíveis.

Por exemplo: dia desses encontrei a solução para um problema que vinha me apoquentando há muito tempo. Nada de sério. Uma insignificância. Mas o tipo de insignificância que incomoda. Seguinte: hoje em dia, com a queda de preço dos gravadores de CD, quase todo o mundo tem um bicho desses em casa. Os programinhas que os acompanham são fáceis de usar e, quando se consegue configurar o hardware de modo que tudo funcione, criar CDs personalizados com músicas e programas ficou uma moleza. Sem falar na simplicidade com que se copiam CDs. Tudo muito simples, fácil e limpo. Mas tem um senão: a identificação dos CDs. Para a caixa, os bons programas permitem criar e imprimir uma capinha decente. E para o CD? Até agora, o melhor que eu havia conseguido era escrever alguma coisa com uma letra caprichada sobre a face superior do CD usando uma dessas canetas de tinta permanente. Uma solução que, com muito boa vontade, poderia ser classificada como amadorística. Sem boa vontade, seria porca mesmo.

Pois não é que resolvi o problema? A solução chama-se CDpply. Vem no kit da Pimaco para criar e aplicar etiquetas nos CDs, que traz um conjunto de etiquetas circulares do tamanho exato de um CD, o software para criação e impressão de etiquetas e o próprio CDpply, uma interessante trapizonga com a qual mesmo gente tão excêntrica como esse indivíduo desajeitado que vos escreve consegue grudar a etiqueta gomada absolutamente alinhada com o CD, sem qualquer excentricidade. Um achado.

O software vem em um CD-ROM e não passa de um conjunto de macros para o Word 8 e um pacote de modelos com desenhos criados no Corel Draw. Que é, aliás, seu único inconveniente: para usá-lo, o usuário tem que ter o Word 8 (que vem com o Office 97) e o Corel Draw versão 7 ou 8 (esse, apenas se quiser usar os modelos de ilustrações fornecidas com o kit). Para usar, basta instalar os macros, abrir o Office, abrir o gabarito de etiqueta e personalizá-lo a seu gosto. A etiqueta padrão vem com campos para incluir o título do CD, nome da empresa, data da versão, número de série e conteúdo do CD, além de permitir usar qualquer figura como fundo, mas tudo isso pode ser alterado. Para etiquetar uma cópia de CD, basta escanerizar o CD original e inserir a figura na etiqueta. Cada folha contém três etiquetas circulares. O problema é imprimir exatamente sobre elas. Mas pode-se imprimir antes sobre um papel comum, verificar contra a luz a posição dos círculos impressos em relação a das etiquetas e ajustar as margens até obter uma coincidência perfeita. Vocês têm que ver meus novos CDs. Dá gosto...

Mudando de assunto: outro dia tomei conhecimento de um novo sítio da Internet. Chama-se Fla Station, em [http://pointtrade.com/flastation/]. É um guia de comércio e serviços do Bairro do Flamengo e adjacências. Considerando que, afinal, eu mesmo sou um membro da comunidade do bairro e como o objetivo do sítio, no meu entender, se insere perfeitamente no contexto da Internet atual, resolvi dar um pulo até lá. Encontrei um sítio limpo, bem concebido, bem desenvolvido e com uma estrutura original. A idéia da webmaster Selene Negreiros é interessante: cada loja, empresa ou profissional incluída no Fla Station terá uma página própria. Como ela sabe que nem todo comerciante tem como criar a sua, o desenvolvimento da página e a hospedagem estão incluídos no pacote a um preço que me pareceu extremamente módico. O sítio está no ar há duas ou três semanas, e embora ambicioso, ainda conta com poucas adesões. O que gera um impasse: um catálogo de serviços só dá certo se muitos participarem e as empresas só querem participar de catálogos que dão certo. Para romper o círculo vicioso, sugiro aos comerciantes meus vizinhos que dêem uma espiada para ver se não vale a pena aderir. Eu não conheço a Selene exceto por telefone, mas me deu a impressão de ser uma pessoa dinâmica e cheia de vontade de acertar. E o serviço é tão barato que, francamente, creio que vale a pena tentar.

Para encerrar, e pra não dizer que não falei de espinhos: uma nota importante sobre o maldito Back Orifice. Tenho recebido mensagens aflitas de leitores que instalaram o NoBO para proteger suas máquinas e ao rodarem o programa Antigen depois disso foram informados que a máquina está contaminada. Calma, que a coisa não é bem assim. Uma das formas que o Antigen usa para detectar a presença do BO é investigar se a porta 31337, a porta padrão usada pelo BO, está em uso. Se positivo, ele presume que o ocupante seja o BO dispara o alarme. Ocorre que uma das formas do NoBO proteger a máquina é justamente ocupar a porta 31337, impedindo que o BO a utilize. Portanto, sempre que você rodar o Antigen DEPOIS de instalar o NoBO, vai receber esta mensagem equivocada. Fique tranqüilo: quem está usando a porta é o NoBO.

B. Piropo