Escritos
B. Piropo
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04/01/1999

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Vamos começar o ano inaugurando uma nova série. Desta vez, abordando um interessante grupo de utilitários fornecidos juntamente com Windows 98 e que, por razões insondáveis, permanecem desconhecidos da grande maioria dos usuários devido a uma estranha e inexplicável política de silêncio que a Microsoft mantém sobre eles.

Os que acompanham esta coluna regularmente sabem que já há algumas semanas os ameaço com a promessa de iniciar esta série. Se ainda não fi-lo, não foi para acrescentar uma inédita pitada de suspense a esta Trilha mas tão somente por mera hesitação. Explico: uma consulta às estatísticas de minha página pessoal em ShowStat (é fácil: acesse [http://www.bpiropo.com.br] e clique sobre o ícone de estatísticas {Na versão atual da página este ícone ainda não existe. N.E.}, na parte inferior esquerda da página principal, pouco acima do contador) mostra que exatos 33% dos visitantes usam Windows 98. Ora, valeria então a pena iniciar uma série que tem interesse apenas para um de cada três leitores?

Acabei por me decidir a fazê-lo por razões que creio justas. A primeira delas é que, querendo ou não, cedo ou tarde a maior parte dos dois terços restantes acabarão por migrar para Windows 98 e quando o fizerem já conhecerão um conjunto de utilitários que um dia poderá tirá-los de grandes dificuldades (a migração é inevitável não porque Windows 98 seja tão melhor ou mais estável que Windows 95, mas porque muitos dos periféricos modernos que empregam tecnologia de ponta, como os dispositivos USB, exigem suporte que somente encontram em Windows 98; além disso, toda máquina nova vem com Windows 98). A segunda é que, mesmo sem o saber, a maioria de vocês já tem alguns desses utilitários, posto que muitos deles já vinham sendo sub-repticiamente inseridos em versões anteriores (especialmente o OSR2) e até mesmo em pacotes de aplicativos (uma versão simplificada do mais importante deles, o MSInfo32, já faz parte há tempos do Office da Microsoft; se duvida, abra qualquer dos aplicativos do Office, acesse o menu Ajuda, acione a entrada "Sobre o ..." e, na janela que então se abre, clique no botão "Info do sistema"). E, finalmente, a terceira razão é que os programetos fazem coisas que até Deus duvida e é interessante, mesmo para quem não os possui, saber que há utilitários capazes de desempenhar tais funções. Mas, considerando que nem todos dispõem dos programas para testá-los, procurarei ser sucinto e poupa-los-ei de desagradáveis detalhes sobre o acionamento desta ou daquela função, tipo clique em tal botão ou abra qual menu, já que poucas coisas são mais desagradáveis nos escritos sobre informática que essas descrições, especialmente quando não temos meios de experimentá-las.

Isto posto, passemos aos utilitários. Começando, na próxima semana, exatamente pelo MSInfo32.

PS: Há algum tempo, aqui mesmo nesta coluna, eu recomendei a IBM como provedora de serviços Internet pela facilidade que dá ao usuário de acessar sua caixa postal praticamente de qualquer lugar do mundo com uma ligação local, acrescentando que embora a qualidade da conexão feita aqui do Rio de Janeiro não fosse lá grande coisa e, como provedor, a IBM fosse um dos mais caros do Brasil, as vantagens compensavam as desvantagens. Pois ao que parece a coisa mudou. Os preços continuam altos. Mas as vantagens da conexão mundial praticamente desapareceram com a política imperial recentemente adotada pela IBM de dividir o mundo em zonas e cobrar taxas tão extorsivas por conexões efetuadas fora da zona de origem que uma ligação internacional para seu provedor no Brasil passa a ser viável. Ao mesmo tempo, o nível dos serviços caiu a patamares inimagináveis para quem se acostumou a associar a sigla IBM a boa qualidade. A lentidão das conexões tornou-se irritante, chegando ao nível do intolerável quando se acessa a caixa postal. Recentemente levei mais de 25 minutos, cronometrados, para baixar 24 mensagens - todas elas texto puro, sem arquivos anexados, que levariam menos de dois minutos para serem transferidas de qualquer provedor que preste um serviço decente. Durante este período, por seis vezes fui alertado pelo sistema que o servidor POP levou mais de 60 segundos sem transferir um único byte e perguntado se desejava manter a conexão apesar disso. Presumindo que talvez se tratasse de um problema na minha configuração, decidi recorrer ao suporte. Fiz, então, uma ligação interurbana (paga) para São Paulo e aguardei intermináveis minutos ouvindo uma máquina reproduzir uma irônica gravação louvando as supostas excelências dos serviços da IBM e informando que todos os atendentes estavam ocupados. Quando, finalmente, fui atendido por um humano (presumo), foi para ser informado que, realmente, "havia um problema com o servidor de correio eletrônico do Rio de Janeiro". Como eu sei que o servidor POP da IBM que guarda as minhas mensagens fica na Califórnia, constatei que ou o rapaz ignorava o fato e portanto não tem competência para prestar suporte ou, o que é pior, ele sabia mas estava tentando me enrolar. Sendo assim, aos que porventura escolheram a IBM como provedora Internet devido à minha recomendação, deixo aqui minhas sinceras desculpas. Mas juro que, por improvável que pareça, quando o fiz, se o nível dos serviços não era o ideal, pelo menos era aceitável.

B. Piropo