Sítio do Piropo

B. Piropo

< Trilha Zero >
Volte de onde veio
22/11/1999

< Dois Monitores I: >
< Para Que?
>


Há precisamente um ano li aqui no caderninho um artigo do Tom Taborda explicando como instalar dois monitores sob Windows 98. Uma possibilidade da qual já tinha tomado conhecimento nos livros sobre Windows 98 e nas colunas do John Dvorak. Se tem um negócio que me incomoda é caçar janelas escondidas atrás de janelas. Portanto, a idéia definitivamente me agradava. Do benefício de expandir a área de trabalho eu já tinha noção. Dos custos envolvidos também: um novo monitor e uma placa de vídeo adicional. A questão era saber se a relação entre ambos compensava.

O destino me ajudou: há alguns meses ganhei do fabricante uma controladora de vídeo RIVA TNT AGP. Como era idêntica à que já se aboletava em meu micro, era impossível usá-las juntas em uma placa-mãe com um único slot AGP. Mas tudo tem solução: troquei-a com um amigo por uma reluzente ATI Rage Pro Turbo PCI. Faltava apenas o monitor. Como mais vale um gosto que seis vinténs (embora, efetivamente, o monitor novo tenha me custado um pouco mais que isso) acabei me decidindo a comprá-lo.

Resultado: estas mal traçadas estão sendo batucadas em frente a dois monitores. No maior, de dezessete polegadas, o Word ocupa a tela inteira e me oferece todo o conforto para trabalhar. No menor, de quinze, espalham-se os ícones que, antes, estariam ocultos por detrás do editor. O mouse passeia de uma tela para outra sem problemas, pois o novo monitor se integra ao primeiro como uma extensão da área de trabalho. É possível arrastar objetos (ícones ou janelas inteiras) de um e soltar no outro como se não houvesse hiato entre eles. E abrir aplicativos em ambos (na verdade, pode-se mesmo arrastar parcialmente uma janela entre os monitores de modo que um trecho fique exposto em um deles e o restante no outro, uma situação de parca utilidade mas que serve para demonstrar a flexibilidade da coisa). Ainda há pouco eu acompanhava a transferência de meu correio eletrônico em uma janela no monitor pequeno enquanto continuava a editar este texto em tela cheia no grande. Além de desfrutar de confortos até então inacessíveis. Por exemplo: rever a ortografia deste texto consultando-o em um monitor enquanto manejo a janela de verificação ortográfica no outro. E os desdobramentos são imensos. Imagine um programador trabalhando no código fonte e no depurador em uma das telas enquanto testa o programa na outra. E um desenvolvedor de páginas da Internet gerando a página em um monitor e consultando o resultado no navegador rodando no outro. Ou seja, não se trata apenas de uma questão de conforto: em alguns casos trata-se de importante ferramenta de produtividade.

É claro que nem tudo são flores. Há também alguns inconvenientes. Por exemplo: não há como manter os ícones nos lugares desejados entre inicializações (ou pelo menos eu ainda não consegui descobrir como fazê-lo): a cada boot eles se agrupam a seu bel prazer, uma frustração para quem mantinha seus objetos cuidadosamente arrumados na área de trabalho. E, embora seja possível, definitivamente não é desejável trabalhar com resoluções diferentes nos dois monitores (tentei fazê-lo e os aplicativos que rodam em tela cheia não ocupam toda a tela do monitor de maior resolução). Além de outros pequenos inconvenientes que mencionarei mais tarde (e de alguns que, certamente, ainda não descobri mas que aparecerão no decorrer desta série). Mas feito o balanço entre vantagens e desvantagens, definitivamente vale a pena.

Em assim sendo, e levando em conta que o Natal vem aí e que isso pode ser uma excelente sugestão de presente para você mesmo, decidi começar uma (curta, prometo) série de colunas ensinando o caminho das pedras para instalar e configurar dois monitores. Porque, não tenha dúvidas: se tem um caminho onde há pedras, é esse...

PS: Hoje e amanhã, no auditório do Jóquei Clube Brasileiro, rola o iBusiness Fórum, um conjunto de vinte palestras divididas em seis módulos discutindo diversos aspectos do comércio eletrônico, Internet e intranet. Os palestrantes são gente da estirpe de Júlio Botelho, Bernardino Campos e Marcos Sêmola (a mim, resta assistir e olhe lá, que isso é areia demais para meu caminhãozinho). Saiba mais sobre o seminário em <www.iforum.com.br>.

B. Piropo