Sítio do Piropo

B. Piropo

< Jornal Estado de Minas >
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11/03/2004

< Internet pré-paga >


Hora do almoço. Você senta-se à mesa do restaurante do hotel e, enquanto espera o pedido, desembainha seu notebook, palmtop ou qualquer outro dispositivo dotado de uma placa de comunicação wi-fi (veja quadro) e se conecta à Internet. Atualiza o correio eletrônico, consulta os sítios de notícias e, quando chega o pedido, encerra a conexão e vai saboreá-lo, que ninguém é de ferro. Tudo isso – menos o almoço, naturalmente – pelo preço módico de dez reais a hora (ou quinze por duas horas, mas se sua conexão demorar tanto enquanto espera o almoço, sugiro escolher outro restaurante). E, evidentemente, não se trata de “warchalking” (veja quadro). É um serviço legal e pago.
O serviço chama-se Velox Wi-Fi e usa a tecnologia “CPqD Gerência Wi-Fi” para gerenciar as tarefas administrativas e financeiras, como compras de crédito, consulta de extratos de utilização e interação com o call center da operadora.
O “CPqD Gerência Wi-Fi” é um software desenvolvido pelo CPqD e lançado semana passada na Telexpo 2004. Segundo seu Diretor de Mercado Internacional, Paulo Xavier Filho, o CPqD é hoje o maior centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia da América Latina. Criado como centro de pesquisas e desenvolvimento da Telebrás há quase trinta anos, com a privatização dos serviços de telecomunicações passou a funcionar como instituição autônoma, vendendo tecnologia para empresas no Brasil, América Latina, EUA e Europa. A instituição, sediada em Campinas e com escritório no Vale do Silício, na Califórnia, emprega mais de mil profissionais.
O serviço Velox wi-fi é oferecido ao público através de uma pareceria entre a Telemar e a Oi, denominada VEX. A Telemar oferece o Velox, acesso em alta taxa à Internet. Mas, ainda segundo Xavier Filho, por se tratar de uma operadora de telefonia fixa, não pode fornecer serviços públicos de acesso sem fio. Por isso se associou à Oi para formar a VEX, que estabelece os pontos de presença, administra e fornece o serviço aos usuários. A conexão é feita entre o dispositivo móvel e o hot-spot, ou ponto de presença (veja quadro) usando wi-fi e entre este e a Internet usando conexões ADSL à rede de telefonia fixa da Telemar. O resultado é uma conexão móvel à Internet com taxas de transmissão de até 11 Mb/s (mas que pode ser menor dependendo do número de usuários conectados ao mesmo ponto de presença, da distância do dispositivo ao ponto de presença e da existência de obstáculos entre ambos).
Para o usuário, a coisa é simples. Se estiver no alcance de um ponto de presença, basta ligar o micro, clicar no ícone de sua placa wi-fi (que aparece no conjunto de ícones da extremidade direita da barra de tarefas) para abrir o aplicativo e efetuar uma busca para sintonizar-se com a rede VEX. Isto feito, basta abrir o navegador e tentar acessar qualquer URL para ser encaminhado diretamente ao sítio da VEX. Nele, basta escolher a opção “Usuário com provedor” e selecionar a opção “Velox wi-fi”, clicando em “Continuar”. Se já for previamente cadastrado e dispuser de créditos, basta efetuar o “logon” e seguir navegando.
O VEX é o único serviço deste tipo que funciona na modalidade pré-paga, similar à usada pela telefonia celular (existem serviços similares com pagamento fixo mensal). O cadastro e a compra de créditos são feitos online no sítio do Velox wi-fi em <www.velox.com.br/veloxwifi/>, onde também se encontra a lista de pontos de presença e uma FAQ (perguntas e respostas freqüentes) com detalhes sobre o uso e características técnicas do serviço. É possível cadastrar-se e comprar créditos no momento da primeira conexão. O pagamento pode ser feito com cartão de crédito ou débito diretamente em conta corrente e os créditos podem ser usados durante três meses. No sítio do Velox wi-fi existem opções de compra que permitem acesso por uma ou duas horas ao preço de dez e quinze reais, respectivamente, ideais para quem usa o serviço enquanto espera o embarque em um aeroporto ou está em um café. E brevemente haverá ainda a opção de comprar 24 horas consecutivas de acesso por R$ 25, ideal para quem está hospedado em um dos hotéis que oferecem pontos de presença.
Agora, é esperar para que a rede de pontos de presença cresça. Se ela crescer o suficiente, quem sabe um dia você poderá circular por sua cidade permanentemente conectado à Internet através de sua placa wi-fi...

 

QUADROS:

 

Wi-Fi
Wi-Fi é o nome de fantasia sob o qual é conhecido o conjunto de padrões para comunicações sem fio desenvolvido pelo Comitê 802.11 do Institute of Electrical and Electronic Engineers, ou padrão IEEE 802.11. O nome deriva de Hi-Fi, usado no século passado para designar os primeiros discos de áudio de “alta fidelidade” (High-Fidelity). Wi-Fi, portanto, significa “Wireless Fidelity”, ou fidelidade sem fio. As comunicações que obedecem ao padrão se processam usando ondas de rádio nas freqüências próximas de 2,4 GHz (802.11 b), com uma taxa de até 11 Mb/s (megabits por segundo), ou nas freqüências próximas de 5,2 GHz (802.11 a), com fluxo de dados de até 54 Gb/s (novas variantes do padrão continuam sendo desenvolvidas, mas esses são os mais comuns; o Velox Wi-Fi usa o padrão 802.11 b). O padrão Wi-Fi permite comunicações bidirecionais sem fio em distâncias de algumas centenas de metros (ou dezenas, se for feita através de obstáculos como paredes e estruturas de concreto), mas em taxas elevadas, compatíveis com a chamada “banda larga”. Para fechar uma conexão com a Internet um dispositivo Wi-Fi precisa estar, portanto, dentro da área de alcance de um “ponto de presença”. Esses pontos de presença, ou pontos de acesso à Internet, são conhecidos por “hot-spots” (“pontos quentes”). Para mais informações veja artigo “Conexões sem fio” publicado em dezembro do ano passado e ainda disponível na seção “Escritos / Artigos no Estado de Minas” em <www.bpiropo.com.br>.    < VOLTAR >
Hot-Spots Velox Wi-Fi
A lista atualizada de pontos de presença do serviço Velox Wi-Fi está disponível no sítio Velox wi-fi, atalho “Cobertura”. No momento em que consultei, havia 112 locais listados, perfazendo mais de 120 pontos de acesso (alguns locais, como o Aeroporto de Congonhas, admitem mais de um ponto de acesso), mas na medida que o serviço for conquistando usuários a lista naturalmente se expandirá. Hoje, os pontos de presença se distribuem principalmente em aeroportos e hotéis (das redes Accor, Blue Tree e Atlântica) e em unidades da rede Fran’s Café. A lista inclui um ponto de presença no Amazonas, dois na Bahia, cinco no Ceará, um no Distrito Federal, um no Espírito Santo, um em Goiás, um no Pará, um em Pernambuco, dois no Paraná, seis no Rio de Janeiro (aeroportos Santos Dumont e Galeão, hotéis Copacabana Plaza, Excelsior Copacabana, Golden Tulip Ipanema Plaza e Merlin Copacabana), dois no Rio Grande do Norte, um no Rio Grande do Sul, três em Santa Catarina, oitenta em São Paulo e cinco em Minas Gerais, nos Aeroportos de Confins e Pampulha, no Mercure Apartaments Belo Horizonte Lourdes, em BH, no Partenon Vila da Serra em Nova Lima e no Nacional Inn em Poços de Caldas.    < VOLTAR >
Warchalking
Warchalking é o nome que os americanos dão à atividade (ilegal) de detectar locais nas vias públicas de onde se pode acessar redes privadas wi-fi e efetuar acessos não autorizados à Internet. O nome vem das marcas de giz deixadas nas paredes das vizinhanças desses “hot-spots” por internautas que descobriram a possibilidade de conectar dali. Veja mais detalhes no artigo “Warchalking”, publicado em outubro de 2002 e ainda disponível na seção “Escritos/Artigos no Estado de Minas” de <www.bpiropo.com.br>.    < VOLTAR >

B. Piropo