< Opinião >
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20/10/1997
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Número de Aniversário |
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Esta semana a Página do B.Piropo comemora seu primeiro aniversário. E este deveria ser o tema da coluna Opinião. Porém como a Trilha Zero desta semana já está abordando o assunto, melhor falar de outra coisa. Por acaso recentemente recebi uma carta de um leitor e amigo sobre um assunto que tem me preocupado bastante e inclusive foi tema de uma Trilha Zero recente. E como reputo o tema importante, resolvi trazê-lo para esta seção. Publico, assim, a carta e a resposta (que não cabe na seção "Respostas", cujo objetivo principal é fornecer informações técnicas). E chamo sua atenção especialmente para o link em minha resposta, que leva ao artigo do Olavo de Carvalho, um primor que recomento enfaticamente ser lido. Aqui vai a carta: Rio,
21/08/97 Marion Peixoto E aqui segue minha resposta: Obrigado, Marion. Mas não me situe "na área da própria informática", que não mereço. Sou um mero engenheiro sanitarista que escreve sobre computadores. E mal, diga-se de passagem. Já se você quiser ler uma defesa bem escrita de nosso estropiado idioma, procure pelo artigo "Mulheres públicas" de Olavo de Carvalho, na seção Opinião do Globo de 09/10/97. Se não leu, recomendo: vale a pena o esforço de procurar pelo número atrasado. Há muito tempo não encontro um texto tão lúcido, tão bem escrito, com tamanha ironia e tão bem fundamentado na defesa de um tema. O artigo discute a intenção de uma deputada do PT de Brasília (cujo nome abstenho-me de citar justamente para não lhe dar a publicidade que almejava ao fazer a proposta indecorosa) de alterar o dicionário Aurélio, modificando o sentido de determinadas palavras e expressões que ela considera pouco apropriadas - segundo o autor, obedecendo à estratégia de Gramsci na qual o controle do vocabulário popular é um instrumento prioritário de conquista do poder, segundo eu numa insólita tentativa de cometer um crime não tipificado no código penal, o estupro a dicionário. Para seu deleite, vai aí um trecho: "Como o percebe qualquer escritor dotado de um pouco de sensibilidade lingüística, as expressões indiretas depreciativas ("mulher à-toa", "mulher vadia"), longe de manifestar uma discriminação machista, são usadas predominantemente pelas mulheres, ao passo que os homens, em geral, quando querem dizer "prostituta" no sentido brutal e pejorativo, empregam sem rebuços as duas sílabas do meio da palavra "deputado" (ou "deputada", pois aqui não se discrimina ninguém)". B.Piropo |